Olhar 54
Fernanda Figueiredo.
Brasília não há montanhas, morros
É abstrato,
Lugar onde a solidão se aloca
É Luz, raio de sol, véus e cores
De palácios, sem amores
Horizonte perdido... Infinito
Sem multidões...
Brasília não há mar
É um longo traçado
Oriental, azul celestial, horizontal
De momentos áureos, da aurora,
da saudade que assola
Brasília é cheia de poetas
com vontade de tombar o céu
É milagre das tribos, dos sonhos
É festa, contemplação.
Brasília não tem muros, muralhas
Cidade aberta,lua de prata
Docinho do céu, jorra mel, água boa
É verde, cipó, cinza, retorcida
Brasília, a bela da tarde,
sem nuvens.