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sábado, 25 de maio de 2013

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                        Fernanda Figueiredo.

Relembro o mau tempo
o nós do passado
e do meu próprio tempo...
Fiz um back-up
guardei um poema
tentei despir-me
diante do espelho
enxerguei as  rugas da alma...
Nem um dom nem alquimia,
transmito-lhe on-line
o nosso momento legendário
Eu, porém, me perdi no tempo...
Fiz um download do passado
aguardo um momento
uma semana
um segundo
que emana
a letargia,no lobo temporal,
determinadas lembranças
aprisionadas...
Pause. Delete...

Um ano de como blogueira



Um ano de blog...

      Nesta lua cheia de maio  é comemorado um ano criação deste blog. Tudo começou por conta das minhas fotos. Para quem não sabe fotografar é um hobby de forma amadora, entretanto, o olhar é maduro...rs  Descobri  esse hobby quando mudei para Brasília. É verdade, `a natureza por aqui é mais próxima da gente, bem diferente de alguns grandes centros urbanos,  onde é  necessário deslocamento para  contemplá-la.

   Em Brasília, ao sairmos de casa já nos deparamos com árvores frutíferas, mil passarinhos... Na  capital à natureza se integra perfeitamente ao homem. Gosto de fotografar os ipês, as paineiras, quaresmeiras, sibipiruna, fava de bolota, e os flamboyants. Como Brasília é a capital de todos os brasileiros, àrvores de todas as regiões aqui foram plantadas. No entorno do plano piloto  espécies do cerrado predominam.

    Nos arredores de Brasília são inúmeras cachoeiras, o cerrado é a caixa d’água do Brasil, nele nascem importantes bacias hidrográficas. Além, do céu deslumbrante e do pôr-do-sol de cores vibrantes, o céu de Brasília nos brinda com arco-íris, ocasião em que faço um pedido para encontrar o meu pote de ouro..rs!

    Por tudo isso, iniciei  este blog, de formato simples, sem muitos recursos e poluição visual. O intuito era   que os seguidores pudessem contemplar as fotos que retratam essa magia,  toda beleza do cerrado e de outras regiões. Logo, coloquei textos, poesias minhas (sem pretensão de entrar pra Academia, mas um estado de espírito), algumas denúncias, dicas de filmes, crônicas, cultura geral, meio ambiente . Pronto, estavam prontas as postagens!

    Tentei fazer o mais “leve” possível, evitar textos enormes.  Qual não foi a minha surpresa, quase quatro mil acessos, no primeiro ano, sem fazer nenhuma grande divulgação, apenas, costumo encher o saco dos que me são próximos: ‘Faz parte do processo, aprendemos todos juntos. Como dizem: Propaganda  é a alma  do negócio...

     Quero agradecer os acessos, os elogios. Na verdade, não tenho nenhum receio de me expor, acho que as redes sociais tem esse papel, sem volta, mas tento evitar ao máximo, colocar as minhas fotos pessoais, nada contra, apenas, para não sair do foco. Agora, opinar, discutir, colocar ponto de vista é salutar para   sobrevivência do blog. É importante acompanhar essa evolução tecnológica. O nosso tempo é agora. Você pode se desnudar com certo senso crítico, sem medo de ser feliz, dá o seu recado sem apelar e, sobretudo, saber administrar às suas andanças nas redes sociais e o que isso pode causar de consequências negativas. Para se criar um blog é preciso assumir posições, alguma vivência, saber argumentar, buscar o pleno exercício da sua cidadania. Sobretudo, atitude!

     O blog foi um alento para uma fase bem difícil que vivi de perdas na família. Por outro lado, acho que já fazia blog na minha adolescência, blog que não era blog, nem existia computador, mas o formato era o mesmo. Chamava-se “O Formigão”, com todas as notícias da família, feito em papel cartolina, quando se abria parecia efeito sanfona. Nesse jornal, também, havia humor, dicas, coluna social. Ainda, guardo alguns exemplares. O bom do blog é que a plataforma é disponível ao cidadão do mundo. Tenho tido acessos em vários países e esse alcance faz toda  diferença.

     Comemoro o alcance do blog e confesso: às vezes me dá um tremendo trabalho, às vezes “enche o saco”, às vezes, a gente vibra com os acessos, o progresso, ou lamenta total falta deles. Às vezes, pergunto como tive coragem de postar isso...! Às vezes, faço uma postagem para os amigos, ou para alguém em especial, faço para um desconhecido, às vezes, gosto de postar para que a beleza do nosso país possa ganhar o mundo...

    Escrever é uma arte... Acho que não tenho esse talento, mas arrisco... Hoje, escrevo com mais responsabilidade, quando jovem escrevia o que me dava na telha,magoava quem não queria magoar. Escrever com raiva, então, é o pior castigo, prevalece o jogo de palavras duras, que nem sempre expressam nossos sentimentos mais profundos. Atualmente, me interessa escrever sobre o que há de produtivo, interessante, distribuir gentilezas, semear o trigo, enfim, o amadurecimento nos causa uma ebulição emocional e uma amplitude mais filosófica da vida. E, como veremos, o blog vai entrar nesse foco mais místico, de compreensão da vida como algo passageiro e vislumbrar nessa nossa breve caminhada uma LUZ que ilumine a todos!
                                                                 NAMASTHÊ!

* Esse bolo confeitado ganhei da querida Gigi, ocasião, do meu aniversário nas minhas visitas ao Rio de Janeiro/2012 Obrigada.

terça-feira, 14 de maio de 2013

A mesma paisagem no mesmo dia...


Fotos Fernanda Figueiredo- Parque Olhos  D'Água - Asa Norte- Brasília

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Sem pretensão



Sem pretensão

                      Fernanda Figueiredo

Sem pretensão nenhuma...
há não ser 
rasgar velhos conceitos
inverter papéis 
rabiscar em poucas linhas
o que poderia ser
a  lacuna mais profunda
E querer guardar
o nosso romance
como  àquela velha 
calça desbotada
ou  coisa assim...

Sem pretensão nenhuma
de redesenhar
nos contornos da 
alma  quase gêmea
à nossa eterna dicotomia.

Sem pretensão nenhuma,
de fingir ou explicitar
coisa nenhuma
Sem pretensão,
de perceber nas entrelinhas
o estigma daquela alquimia
do que soou como o  implícito
ou o do dito pelo não dito 

Sem pretensão nenhuma...
de  sobrepor-se ao ego,
ao meu temperamento popocatéptl:
Sei que porá um fim.

Sem pretensão nenhuma 
de desmitificar  as desventuras
não interessa o quão difícil seja
Sem pretensão nenhuma
de perder o juízo, 
e recuperá-lo ao doce
sabor  do acaso...

Sem pretensão nenhuma,
à quem interessar possa,
no cômputo geral,
direi que  sou feliz
e  mais nada...
Sem pretensão alguma!


sexta-feira, 3 de maio de 2013

A história de uma cachaça...



                                                                                                                    P/  Fernanda Figueiredo.

Contada por Joana Serra (in memoriam)




             Este é um episódio verídico que envolveu... Uma garrafa de cachaça especialíssima. Joana Serra, Janoca, como era conhecida, ajudou em nossa criação, conviveu conosco por mais de trinta anos. Muito respeitada por todos, era quem cuidava de tudo em casa. Séria, como boa canceriana, gostava de cuidar dos outros e –porque não- de beber o seu gole de vez em quando.

               Papai trouxe uma cachaça que ganhou em Viana, Município da Baixada Maranhense. E  não era uma cachaça qualquer. Cachaça de 20 anos. Muito recomendada, considerada da boa. Safra de primeira, doada para ele, com muita estima por algum compadre.

              Enfim... Chegou em casa, chamou Janoca e disse-lhe:


           Ganhei este presente, cachaça de 20 anos, guarda bem guardada, como um tesouro para o dia que precisar me entregar.

             Sim, Senhor- respondeu ela.

          Com tantas recomendações, foi a mais pura tentação... Janoca guardou a cachaça em seus aposentos debaixo de sete chaves. Mas o pensamento estava somente na garrafa, bem bonita, parecia jóia preciosa, fina. Todo dia chegava ao quarto andava de um lado para outro, e ficava até meio tonta... Abro... Não abro... Bebo... Não bebo... Somente uma provinha não fará diferença, pensava.

      Janoca, finalmente, bebeu... Ah... Que delícia! Era da boa! Não pense, porém, que ficou na prova. Todo santo dia experimentava mais um golinho da boa. Aí pensou: Meu Deus seu Chiquitinho vai brigar comigo... Já estava pelo meio a mardita quando tchan tchan tchan...

          Chega uma importante autoridade no Município de São João Batista. E Chiquitinho o convida para uma conversa em sua casa. E a conversa rende. Fala de Alambique, cachaça, conversa vai conversa vem...

         -O Senhor tem experimentar uma cachacinha de 20 anos que trouxe especialmente para uma ocasião especial como esta.

            Chamou Janoca. Traga aquela cachaça que pedi para guardar.

          Janoca fica pálida, treme nas bases. Vai para o quarto e começa a rezar ao Aí, meu São Benedito, Aí, meu São Brás, que irei dizer. 

                 E papai: Janoca a cachaça!

                 Estava demorando demais...

                 Se disser que quebrou não irão acreditar, 

               - Janoca a cachaça!

                Que dizer? Que roubaram ou que sumiu, pior ainda. Como não sei mentir... Pensou Janoca.
             
                Papai repetiu: Janoca a cachaça!

              Janoca veio então à sala e, com ares de arrependida, respondeu baixinho: Seu Chiquitinho, eu bebi...
               O quê? Retrucou Chiquitinho.

              E contou para a autoridade presente o acontecido e acabaram todos se divertindo com a história...

             Moral da história: Eu bebo sim estou vivendo... Ou: Quem bebe morre, quem não bebe morre também...



Esta história  faz parte do livro da minha autoria: “Centenário de um Lutador” (1913-2013) sobre Francisco Figueiredo ou Chiquitinho como era conhecido no meio político,em homenagem ao meu saudoso pai. E, também, dessa forma, homenagear Joana Serra (foto abaixo)


Dica de documentário: Margaret Mee e a Flor da Lua




Margaret Mee e a Flor da Lua

Diretor: Malu De Martinho

Sinopse: A história da artista botânica britânica Margaret Mee, que se mudou para o Brasil na década de 1950 e produziu várias ilustrações sobre a flora brasileira.


Margaret Ursula Mee (Chesham, 22 de maio de 1909 — Seagreve (Leicestershire), 30 de novembro de 1988) foi uma artista botânica inglesa que se especializou em plantas da Amazônia brasileira. Mudou-se para o Brasil com Greville, seu segundo marido, em 1952 para ensinar arte na Escola Britânica de São Paulo, tornando-se uma artista de botânica pelo Instituto de Botânica de São Paulo em 1958, explorando a floresta tropical e mais especificamente o estado do Amazonas, a partir de 1964, pintando as plantas que viu e colecionando algumas para posterior ilustração. Criou quatrocentas pranchas de ilustrações em guache, quarenta sketchbooks e quinze diários.

Mee morreu na Inglaterra em 1988 em um acidente de automóvel. Em sua honra foi fundada a "Margaret Mee Amazon Trust", organização para educação e para a pesquisa e conservação da flora amazonense, promovendo intercâmbio para estudantes de botânica e ilustradores de plantas brasileiros que desejam estudar no Reino Unido ou conduzir pesquisa de campo no Brasil. Fonte: Wikipedia.

Céu de maio em Brasília!




Clarice Lispector (1920-1977), que também falou de 

Brasilia  com  sua prosa insólita e inquietante. Depois da primeira 
visita à cidade, em 1964, ela escreveu “Nos primeiros começos de 
Brasilia”, em que diz: “Brasília é construída na linha do horizonte. 
Brasília é artificial. Tão artificial como devia ter sido o mundo 
quando foi criado. Quando o mundo foi criado, foi preciso criar um 
homem especialmente para aquele mundo. Nós fomos todos deformados pela 
adaptação à liberdade de Deus. Não  sabemos como seríamos se 
tivéssemos sido criados primeiro, e o mundo depois, deformado às 
nossas necessidades. Brasília ainda não tem o homem de Brasília.

        Hoje, o homem (e a mulher) de Brasília talvez já existem.  Clarice 
voltou em 1974, em plena ditadura. Sentiu-se “como se um gigantesco 
olho verde me olhasse implacável”. Depois de confessar espantos e 
encantos ela conclui: “Vou agora escrever uma coisa da maior 
importância: Brasília é o fracasso do mais espetacular sucesso do 
mundo. Brasília é uma estrela espatifada. Estou abismada. É linda e é 
nua. É um futuro que aconteceu no passado. Eterna como uma pedra. A 
luz de Brasília me cega. For a isso, Viva Brasília”.   Viva. 

Publicado por Tereza Cruvinel. CB.



quarta-feira, 1 de maio de 2013

Busca



BUSCA
                              
                         Fernanda Figueiredo

Meu poema o seduz
e vai de encontro
a sua busca
Sua insensatez me incomoda
palavras que se opõem...
Gestos conhecidos de alguém
que procuro e não encontro mais

Suspenda os seus limites
e suas  incertezas
percorra os seus labirintos 
e admita sua dúbia fraqueza

Meu poema apenas o induz
a desejada segunda vez...