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quinta-feira, 9 de maio de 2013

Sem pretensão



Sem pretensão

                      Fernanda Figueiredo

Sem pretensão nenhuma...
há não ser 
rasgar velhos conceitos
inverter papéis 
rabiscar em poucas linhas
o que poderia ser
a  lacuna mais profunda
E querer guardar
o nosso romance
como  àquela velha 
calça desbotada
ou  coisa assim...

Sem pretensão nenhuma
de redesenhar
nos contornos da 
alma  quase gêmea
à nossa eterna dicotomia.

Sem pretensão nenhuma,
de fingir ou explicitar
coisa nenhuma
Sem pretensão,
de perceber nas entrelinhas
o estigma daquela alquimia
do que soou como o  implícito
ou o do dito pelo não dito 

Sem pretensão nenhuma...
de  sobrepor-se ao ego,
ao meu temperamento popocatéptl:
Sei que porá um fim.

Sem pretensão nenhuma 
de desmitificar  as desventuras
não interessa o quão difícil seja
Sem pretensão nenhuma
de perder o juízo, 
e recuperá-lo ao doce
sabor  do acaso...

Sem pretensão nenhuma,
à quem interessar possa,
no cômputo geral,
direi que  sou feliz
e  mais nada...
Sem pretensão alguma!


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