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terça-feira, 5 de agosto de 2014

Água: Até quando?

Foto Alfredo Eduardo- Evento Festival da água-Planaltina
                                                               

 Águas escuras dos rios/ Que levam a fertilidade ao sertão/ Águas que banham aldeias/  E matam a sede da população. (G. Arantes).
                                                                                                                                       
                                                                Água: Até quando?

                                                                                                                  Fernanda Figueiredo.

Grande verdade. Com a escassez dos recursos hídricos em São Paulo, levanta-se essa discussão, no mínimo, preocupante. Nós ambientalistas, alertamos para esse “futuro” (sombrio presente), que muito em breve será catastrófico!

Há vinte anos, falamos sobre a essa possibilidade de faltar água nas grandes metrópoles.Fizemos várias manifestações pela despoluição dos nossos rios. Em São Paulo, especificamente, lutamos pela despoluição do rio Tietê, da Represa Billings, mas na atual conjuntura continua igual... Ou até pior.

Acompanhei por quase seis anos no Ministério do Meio Ambiente, o avanço na gestão e gerenciamento dos recursos hídricos, a elaboração do Plano Nacional de Recursos Hídricos - PNRH. Entretanto, ainda, faltam alguns avanços, é preciso resolver conflitos entre os usos da água, melhorar a qualidade da água, entre outras questões relevantes.

De fato, a maioria da população brasileira concentra-se no litoral, especialmente, nas regiões sudeste, sul e nordeste. No centro-oeste, há uma oferta razoável de água, é uma região considerada caixa d’água do Brasil, onde existem importantes bacias hidrográficas. A qualidade da nossa água é boa, ao contrário, das grandes metrópoles. Porém, há desperdício de água em Brasília, por exemplo. Mesmo assim, ainda estamos numa zona de conforto.

Convém  ressaltar que o ex-senador Bernardo Cabral profetizou, já em 1997, “a água é o ouro do século XXI”.  Não creio que a solução seja tirar água do rio vizinho. A água é um recurso finito, precisamos de políticas, planos, de melhor gestão deste recurso, de educação ambiental, recuperação de nascentes, exige-se negociação que envolve o setor produtivo (irrigação/elétrico). A sociedade civil que trabalha com recursos hídricos é bastante organizada, há consórcios intermunicipais, comitês de bacias hidrográficas, várias ONGs sérias que trabalham com o tema. Quer dizer, falta aos governos, em todas as esferas, cumprirem melhor suas estratégias, executar ações articuladas, pactuadas e, também, investirem em infraestrutura. A situação poderá ser pior do que a gente supunha, em razão das mudanças climáticas, escassez de chuvas, grandes períodos de estiagem. Tudo isso somado, exigirá do governo de São Paulo, medidas enérgicas, comprometimento, estudos, projetos, ações. A população está cansada de sofrer com este impacto.

Diante dessa situação emblemática, a tendência é de piora na situação hídrica, não só no estado de São Paulo, como em todo o país, caso não haja maior comprometimento dos governos, e da própria sociedade, com a preservação desse bem precioso que é a água.





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