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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O trágico acidente aéreo




                                                                                                                     Fernanda Figueiredo.

Há uma semana, exatamente, neste horário, o apresentador do Jornal Hoje, transmite uma  triste notícia. Fiquei abalada como qualquer cidadão. O Brasil viveu  grande comoção nacional. Foram sete dias de intenso noticiário. Eduardo Campos, candidato à presidência da República, morre tragicamente em acidente de avião, que vitimou também, alguns integrantes da sua equipe de campanha, além, do piloto e co-piloto da aeronave. Havia assistido sua entrevista na noite anterior. Mas, como? Não dava para acreditar.

É uma tragédia que nos impõe várias reflexões e nos conduz a questionamentos e lições de vida. A tragédia poderia ter sido maior, se atingisse os moradores da região. A aeronave caiu em lugar mais aberto, em bairro da cidade de Santos, cercado de edifícios, casas, academias, etc. Dadas às circunstancias, parecia que o avião estava em voo cego e na hora da queda, alguma força maior o levou para aquela área e, assim, evitando uma tragédia, ainda, pior.

Na outra ponta, seguiam em voo comercial para o Recife, a mulher do candidato e o filho caçula, não os acompanhando, por providência divina. E, a Marina Silva, vice na chapa presidencial que foi convidada para acompanhá-lo, mas mudou a agenda. Com certeza, teve o dedo de Deus, nestas duas alterações de roteiro.

É um acidente cheio de mistérios. E desses milagres, acima relatados. 

Porém, chama  atenção o fato de o candidato ter morrido no dia do seu avô, Miguel Arraes, em 13 de agosto. O mês de agosto é marcado por tragédias. Segundo a numerologia, o número quatro, não traz bons augúrios. Os sábios chineses não gostam do número 4. Os americanos do nº 13, cuja soma dá 4. Esta soma era presente na numerologia do candidato. Outro fato,é o mistério que envolve a caixa preta, (laranja), por não conter gravações do dia do acidente. Muito estranho. Embora, a questão da sabotagem insinuada é sem fundamento. Trata-se de mera especulação!

Trabalhei em  gabinete do PSB e tive essa convivência com o  candidato nos corredores do Congresso de 1999-2003. Eduardo Campos, então, jovem parlamentar, líder nato, muito educado. Como candidato à presidência da República, representava uma terceira via. Parecia incansável na divulgação do programa de governo da coligação.

Alguém, lindamente, deixou um bilhete na porta da casa do Eduardo Campos no Recife. “Vá em paz, o Brasil cuidará da sua família.” 

Por outro lado,  chama à atenção a predestinação de uma candidata. Marina, que teve o registro do seu partido, negado, acatou ser vice. Agora, candidata à presidência da República enfrentará esta missão, como forma de homenagear o companheiro de chapa e debater um projeto político para o país.

Enfim, o que estaria nos planos de Deus para Marina Silva?    Afinal, trata-se de uma candidatura para alterar todo cenário político e deixar em ebulição as eleições presidenciais do Brasil. Que ela possa disputar um segundo turno, com certeza, acirrado? O que o destino reserva ao povo brasileiro?

Que há mais mistérios entre o céu e a Terra, não há dúvidas...

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Travessia na Baia de Guanabara...





A Barca Rio-Niterói.
                                                                                                             Fernanda Figueiredo. 1985.

O ano era 1981. Ufa! Estudarei na UFF, viajarei de barcas, que aventura, que maravilha! Todos os dias olharei o mar azul, as gaivotas. Sentir-me-ei realizada.

Que ironia... Ao longo destes anos de vida estudantil fiz a travessia da Baia de Guanabara enfrentando dura realidade. Esperar todos os dias por 20 minutos, correr ou viajar em pé, descer, pular a até se necessário, nadar.

Viajei de barcas, às vezes, quatro vezes por dia, ao longo da semana, durante vários anos. Juro que até Araribóia já chorou de pena. Penso que os estudantes da UFF são heróis anônimos desta árdua batalha.

Felizmente nunca aconteceu nenhum naufrágio nos anos de faculdade, cansei de ver guarda-vidas empoeirados. Também pudera o tempo de tragédias já passou. Em 1983 a barca submergiu em razão de um tiro na Revolta armada. Uma outra pegou fogo. Hoje, ela só pega fogo, quando estudantes da UFF vêm em peso para manifestações políticas na Cinelândia ou como naquele saudoso comício da Candelária.

A barca representa o espelho da nossa sociedade. Pode-se obter uma visão sociológica bem mais ampla e profunda, do que se aprende na Universidade. “A barca cheira a povão”, já dizia um pequeno burguês/Por lá toda gente do agreste e do sudeste/. “Abrem-se a porteira e mais parece uma boiada”.

Houve a fase dos camelôs, alguns até bem pitorescos, vendia-se de tudo: balas, biscoitos, tesouras, revista pornô, mapa e, tudo mais que se tinha direito. E ao som estridente dos camelôs, a viagem prosseguia... Mais vinte minutos de emoção e barulho. Teve uma época que havia mais camelô do que estudante.

Possivelmente, haveria algum estudante de história dando uma de camelô para superar a crise. Marx explica.
Mas aí, camelô jaz! Em contrapartida, surgiram uns guardinhas cheios de moral. Agora, reina a paz e os bons costumes, só alterados, por volta, das 22 horas quando se reúnem estudantes da UFF de volta pra casa... Mais parece um mercado de venda de peixe, falava uma senhora inconformada.

Afinal, quem tem medo de viajar de barcas? Às vezes, confesso que sentia algum receio com o balanço mais prolongado ou quando imensos cargueiros nos ameaçavam. Pensando bem, o perigo sempre rondou nossas cabeças, quando aviões da ponte aérea nos sobrevoavam. 

Não há castigo maior que viajar de barca nos dias frios de muita neblina, pior ainda, viajar com fome. Aí, sim, pintava a saudade do camelô. 

No fundo, ninguém gosta de viajar sozinho nas Cantareiras, nome antigo das barcas, hoje, um tanto esquecido. Melhor comprar um jornal cujo inconveniente é o preço. A barca mais parece uma biblioteca fluvial. Há uma grande variedade de leitura: o “Jornal dos Sports” e o “Dia” são os preferidos. Os estudantes preferem a ‘“A Folha de São Paulo”, enquanto intelectuais leem “O nome da Rosa”. É a biblioteca mais democrática do País. A barca, talvez, seja o transporte mais politizado que existe. Fala-se de tudo e de todos.

Os estudantes da UFF sempre tiveram cautela com os comentários na barca. Falar de professor dá “bode”. Tem sempre algum na escuta é só olhar para trás... Hã? Já vi...!

Quantos flertes começados numa barca cheia das 18 horas, em meio a um papo corrido, sobre inflação, política, ideologias, angústias, encontros marcados, etc. E no meio desse contexto, verifico a eterna discussão de fumantes e não fumantes.

Mas, a barca tem sua sessão de humor. Quem não se lembra daquela senhora que levanta e malha o governo, Pelé e Roberto Carlos? Na barca inteira ouve-se um estrondo de gargalhadas de fazer inveja a Jô Soares. Além, desta grande figura, tem um senhor que prega o Evangelho. Certo dia, um punk doidão mandou essa: “Deus é o mais punk que pintou nas paradas, falou?”

Barca também é sinônimo de greve. E durante um período esta fez falta, quem diria...

E o mar, quanta poluição, hein? Um passageiro comentava que tempos atrás viam-se peixinhos dourados na Baia de Guanabara. O subdesenvolvimento do povo é tão grande que se permite jogar qualquer detrito ao mar sem a menor consciência ecológica. A Conerj poderia desenvolver uma campanha nesse sentido. É uma questão que deveria bater forte.

E por falar em jogar-se ao mar, quantos suicídios, pessoas que se lançam ao mar, algumas resgatadas, outras nem percebidas foram.
Enfim...
Meu único desejo era viajar na frente da embarcação, na proa, para marinheiro nenhum botar defeito.
E se o mar não fosse tão fétido eu viria a nado, com o diploma na mão... Adeus, cidade sorriso!
Maio de 1985.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Divulgação de Livro

Manual "Água-Conservação, Uso racional e Reúso."


O lançamento (incluído dentro das atividades da 6ª Edição DF do Festival Água no 3º Milênio) ocorreu durante a Abertura Oficial da Pré-Conferência Nacional de Águas, em Brasília/DF, em março de 2010.
Seguidores deste blog: posso  enviar em PDF.Deixe sua mensagem aqui.  O livro é de autoria do Alfredo Eduardo e encontra-se esgotado. 


domingo, 10 de agosto de 2014

Campeonato de Voo Livre





Aconteceu em Brasília a 39ª edição do Campeonato Brasileiro e Internacional de Brasília de Voo Livre. 
O Campeonato Brasileiro e Internacional de Brasília de Voo Livre é realizado anualmente em Brasília. Nesta edição, 60 competidores nacionais e 20 internacionais estão inscritos.
Brasília é comparada ao Havaí em termos de condições de voo.

Sonho de Ícaro 
Byafra

"Voar, voar
 Subir, subir
 Ir por onde for
 Descer até o céu cair
 Ou mudar de cor
 Anjos de gás
 Asas de ilusão..."


terça-feira, 5 de agosto de 2014

Água: Até quando?

Foto Alfredo Eduardo- Evento Festival da água-Planaltina
                                                               

 Águas escuras dos rios/ Que levam a fertilidade ao sertão/ Águas que banham aldeias/  E matam a sede da população. (G. Arantes).
                                                                                                                                       
                                                                Água: Até quando?

                                                                                                                  Fernanda Figueiredo.

Grande verdade. Com a escassez dos recursos hídricos em São Paulo, levanta-se essa discussão, no mínimo, preocupante. Nós ambientalistas, alertamos para esse “futuro” (sombrio presente), que muito em breve será catastrófico!

Há vinte anos, falamos sobre a essa possibilidade de faltar água nas grandes metrópoles.Fizemos várias manifestações pela despoluição dos nossos rios. Em São Paulo, especificamente, lutamos pela despoluição do rio Tietê, da Represa Billings, mas na atual conjuntura continua igual... Ou até pior.

Acompanhei por quase seis anos no Ministério do Meio Ambiente, o avanço na gestão e gerenciamento dos recursos hídricos, a elaboração do Plano Nacional de Recursos Hídricos - PNRH. Entretanto, ainda, faltam alguns avanços, é preciso resolver conflitos entre os usos da água, melhorar a qualidade da água, entre outras questões relevantes.

De fato, a maioria da população brasileira concentra-se no litoral, especialmente, nas regiões sudeste, sul e nordeste. No centro-oeste, há uma oferta razoável de água, é uma região considerada caixa d’água do Brasil, onde existem importantes bacias hidrográficas. A qualidade da nossa água é boa, ao contrário, das grandes metrópoles. Porém, há desperdício de água em Brasília, por exemplo. Mesmo assim, ainda estamos numa zona de conforto.

Convém  ressaltar que o ex-senador Bernardo Cabral profetizou, já em 1997, “a água é o ouro do século XXI”.  Não creio que a solução seja tirar água do rio vizinho. A água é um recurso finito, precisamos de políticas, planos, de melhor gestão deste recurso, de educação ambiental, recuperação de nascentes, exige-se negociação que envolve o setor produtivo (irrigação/elétrico). A sociedade civil que trabalha com recursos hídricos é bastante organizada, há consórcios intermunicipais, comitês de bacias hidrográficas, várias ONGs sérias que trabalham com o tema. Quer dizer, falta aos governos, em todas as esferas, cumprirem melhor suas estratégias, executar ações articuladas, pactuadas e, também, investirem em infraestrutura. A situação poderá ser pior do que a gente supunha, em razão das mudanças climáticas, escassez de chuvas, grandes períodos de estiagem. Tudo isso somado, exigirá do governo de São Paulo, medidas enérgicas, comprometimento, estudos, projetos, ações. A população está cansada de sofrer com este impacto.

Diante dessa situação emblemática, a tendência é de piora na situação hídrica, não só no estado de São Paulo, como em todo o país, caso não haja maior comprometimento dos governos, e da própria sociedade, com a preservação desse bem precioso que é a água.