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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Alguns acidentes ambientais no Brasil...


01-RIO PARAÍBA DO SUL-RJ

Outros acidentes recentes que causaram estragos no rio Paraíba do Sul
1982 – Vazamento da Cia. Paraibuna de Metais, com o rompimento de um dique de contenção de rejeitos no rio Paraibuna, que carreou resíduos de metais pesados (cromo e cádmio) e outras substâncias tóxicas, contaminando o rio Paraíba do Sul desde a confluência com o Paraibuna até a foz.
1984 – Acidente rodoviário em que um caminhão despejou 30 mil litros de ácido sulfúrico no rio Piabanha.
1988 – Vazamento de óleo ascarel contido em 3 mil litros de água utilizada para apagar o incêndio em transformadores na Thyssen Fundições.
1989 – Acidente com um caminhão tanque de metanol que despejou o produto no rio, na altura de Barra do Piraí.
2003 – Vazamento de mais de 20 milhões de litros de soda cáustica no rio Pomba, provenientes da indústria Cataguazes de Papel. Acidentes de menores proporções ocorreram em 2006 e 2007, sob responsabilidade da mesma indústria.
2008 – Vazamento de pelo menos 8 mil litros do agrotóxico endosulfan no rio Pirapetinga, afluente do Paraíba do Sul. Aproximadamente 100 toneladas de peixes foram mortos, em período de desova. Não há medições sobre danos à saúde das populações atingidas, mas o produto é altamente tóxico, banido em diversos países.

02- RECIFE -1983

Pescadores protestaram contra o lançamento do vinhoto das usinas de destilarias nas praias, que resultou em uma mancha negra do produto com 18 quilômetros de extensão no litoral ocasionando a morte de mais de cem toneladas de peixe. No ano seguinte, foram acusados três usinas pelo acidente ambiental: Companhia Usina Tíuma, Alvorada Agropecuária Ltda. E Liberdade Agroindustrial. Em 13 de novembro de 1984 os ex-presidentes e ex-vice presidente da Companhia de Controle da Poluição foram condenados por terem autorizado o despejo do vinhoto.

03- CANAL DE BERTIOGA E RIO IRERÊ

A Firpavi, empreiteira responsável pelas obras da rodovia Rio-Santos no trecho entre Bertioga e Cubatão, removia pedras da estrada quando uma rocha de duas toneladas rolou e esmagou as tubulações do eleoduto que liga o Terminal Marítimo Almirante Barroso à Refinaria Presidente Bernardes. A Petrobrás estimou 1.500 toneladas a quantidade de óleo que espalhou-se em dez quilômetros quadrados do mangue, invadiu o Rio Irerê os vinte quilômetros do Canal de Bertioga. Pouco tempo depois, dois acidentes similares agravaram a situação. Os prejuízos ecológicos foram considerados catastróficos.

Fonte: Revista Exame, Ecodebate, Gestorwilliam.blog., Rádio Globo.

04- LAGO DO BATATA-PARÁ

A Mineração Rio do Norte destruiu completamente o lago do Batata, área de 2.100 hectares em que despejava, sem dó nem piedade, durante 10 anos (1979-1989), 2,4 mil metros cúbicos por hora de resíduos da lavagem da bauxita. Os restos do minério envenenaram as águas, que se tornaram vermelhas, mataram os peixes e deixaram sem comida cerca de 100 famílias, que moravam na região e tiveram que procurar outra fonte de sobrevivência. A lavagem da bauxita era feita diretamente no lago, que funcionava como depósito. Estima-se que tenham sido lançadas 1,5 milhão de toneladas de rejeitos por ano no lago. Até meados de 1984, os rejeitos eram lançados no igarapé Caranam, que drena para o Batata. Com o esgotamento do curso d’água, passaram a ser lançados em outros pontos e no igarapé Água Fria. O alto nível de assoreamento do lago colocou em perigo de contaminação até o rio Trombetas, o que motivou a construção de uma barragem com 10m de altura para impedir o transbordamento. Um escândalo, mesmo naqueles tempos em que não havia lei ambiental no Brasil.

Outros desastres ambientais vêm acontecendo no Pará, e todos têm sido tratados isoladamente. Em 2004 e 2009, em Barcarena, as bacias de contenção de efluentes das fábricas Albrás e Alunorte transbordaram, ferindo de morte o rio Murucupi. Já na Ymeris Rio Capim, que opera com Caulim desde 1996 e em 2010 adquiriu a Pará Pigmentos S.A. e tem a maior planta de beneficiamento de caulim do mundo e 71% de participação na produção de caulim no Brasil, em junho de 2007 os tanques de contenção de rejeitos da empresa transbordaram e 200 mil m³ de efluentes tomaram as águas do rio das Cobras e os igarapés Curuperé e Dendê, entre outros. Por conta do acidente, a Semas multou a empresa em R$ 5 milhões. Em março de 2008, novo vazamento da bacia de rejeitos agravou ainda mais a situação dos moradores da Vila do Conde que de novo se viram impedidos de usar os recursos hídricos da região. Foram atingidos os igarapés Curuperé, Dendê e São João, além da praia de Vila do Conde e o rio das Cobras. No ano passado os moradores denunciaram outro vazamento. Os acidentes integram o Mapa da Injustiça Ambiental da Fiocruz.

Fonte:  Geocidades e  Blogs



Acidentes ambientais no mundo...

ALGUNS ACIDENTES AMBIENTAIS QUE ATINGIRAM OCEANOS, MARES, GOLFOS, RIOS, ILHAS, CANAIS, BAIAS, PRAIAS.

1- Guerra do Golfo, Kuwait, Golfo Pérsico (janeiro/1991)

Volume: 1 milhão e 360 mil toneladas
O pior vazamento de petróleo da história não foi propriamente acidental, mas deliberado. Causou enormes danos à vida selvagem no Golfo Pérsico, depois que forças iraquianas abriram as válvulas de poços de petróleo e oleodutos ao se retirarem do Kuwait.

2- Ixtoc I, Campeche, Golfo do México (junho/1979)

Volume: 454 mil toneladas
A plataforma mexicana Ixtoc 1 se rompeu na Baía de Campeche, derramando cerca de 454 mil toneladas de petróleo no mar. A enorme maré negra afetou, por mais de um ano, as costas de uma área de mais de 1.600km2.

3- Atlantic Empress, Tobago, Caribe (julho/1979)

Volume: 287 mil toneladas Durante uma tempestade tropical, dois superpetroleiros gigantescos colidiram próximos à ilha caribenha de Tobago. O acidente matou 26 membros da tripulação e despejou milhões de litros de petróleo bruto no mar. 

4- Nowruz, Irã, Golfo Pérsico (fevereiro/1983)

Volume: 260 mil toneladas 
Durante a Primeira Guerra do Golfo, um tanque colidiu com a plataforma de Nowruz causando o vazamento diário de 1500 barris de petróleo.

5-ABT Summer Angola (maio/1991)
Volume: 260 mil toneladas 
O superpetroleiro Libéria ABT Summer explodiu na costa angolana em 28 de maio de 1991 e matou cinco membros da tripulação. Milhões de litros de petróleo vazaram para o Oceano Atlântico, afetando a vida marinha. 

6-Amoco Cadiz, França (março/1978)

Volume: 223 mil toneladas
Um dos piores acidentes petrolíferos do mundo aconteceu em 1978, quando o supertanque Amoco Cadiz rompeu-se ao meio perto da costa noroeste da França. O vazamento matou milhares de moluscos e ouriços do mar. Esta foi a primeira vez que imagens de aves marinhas cobertas de petróleo foram vistas pelo mundo.

7-M T Haven, Itália (abril/1991)

Volume: 144 mil toneladas
Outro superpetroleiro, o navio gêmeo do Amoco Cadiz explodiu e naufragou próximo da costa de Gênova, matando seis tripulantes.
A poluição na costa mediterrânea da Itália e da França se estendeu pelos 12 anos seguintes. 

8- Castillo de Bellver, Africa do Sul (agosto/1983)

Volume: 252 mil toneladas Depois de um incêndio a bordo, seguido de explosão, o navio espanhol rachou-se ao meio, liberando cerca de 200 milhões de litros do óleo na costa de Cape Town, na África do Sul. Por sorte, o vento forte evitou que a mancha alcançasse o litoral, minimizando os efeitos ambientais do desastre.

9-RIO RENO

Um incêndio nos depósitos da fábrica química Sandoz, na Basiléia, noroeste da Suiça causou graves danos ecológicos e o incidente ficou conhecido como ‘Chernobyl’ do rio Reno, que ficou envenenado por 30 toneladas de herbicidas. Vários produtos químicos, principalmente, o mércurio . Toda vida vegetal em seu leito morreu, a água foi racionada em diversas cidades europeias.

10- acidente na Baía de Minamata – Japão 28.3.79

O acidente foi provocado pelo despejo de efluentes industriais, sobretudo mercúrio, na Baía de Minamata.
Um dos piores casos de intoxicação relatados saiu sucintamente relatado numa coluna intitulada "Morte pela Boca". Conta o artigo que o mercúrio presente em resíduos industriais despejados durante anos na baía de Minamata, no sul do Japão, contaminou o pescado da região. De. 1953-1997, 12.500 pessoas haviam sido diagnosticadas com o "Mal de Minamata".
É uma contaminação que degenera o sistema nervoso e é transmitida geneticamente, acarretando deformação nos fetos." As conseqüências: surdez, cegueira e falta de coordenação motora.
A repercussão só se deu em 1972, quando por força de decisão judicial inédita no mundo, as vítimas passaram a receber indenizações pelos males sofridos.




quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Um verdadeiro espetáculo em Brasília!


Fotos Fernanda Figueiredo -Brasília
 Árvore Canafístula/tamboril








Canafístula, farinha –seca, faveira, sobrasil, tamboril – bravo, guarucaia, ibirá-puitá.
Ocorre no Brasil da Paraíba até o Rio Grande do Sul, nas formações florestais do complexo atlântico, e em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul até o Paraná passando por São Paulo. 
A Canafístula - Peltophorum dubium, é uma árvore decídua a semidecídua, com florescimento decorativo e muito utilizada na arborização urbana na América do Sul, porém, também é amplamente utilizada no paisagismo rural. Seu porte é grande, alcançando de 15 a 40 metros de altura, com copa ampla e globosa. O tronco atinge 50 a 120 centímetros de diâmetro e possui casca fina quando jovem, que engrossa e se torna escamosa com o passar do tempo. Ela produz sombra fresca no verão e perde parte ou todas as folhas no inverno. Sua floração é um verdadeiro espetáculo de flores amarelas e forma um tapete de pétalas no chão. Ecologicamente é considerada uma importante árvore oportunista, que se beneficia de clareiras, sendo por este motivo utilizada em recuperação de áreas degradadas. Sua madeira é utilizada em trabalhos de marcenaria, construção civil e no fabrico de dormentes, entre outros.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Como era doce o meu rio...



DOCE, UM RIO QUE PEDE PELA VIDA.

Em dezembro de 1815, há 200 anos, o naturalista alemão Maximiliano de Wied, em sua viagem do Rio de Janeiro à Bahia, navegou pelo rio Doce, de sua foz, até a cidade de Linhares. Ficou maravilhado com a exuberância da floresta e a riqueza de sua flora e fauna. A pintura do naturalista representando sua canoa navegando no rio é uma das mais belas de toda a viagem.

A colonização europeia no Brasil se iniciou há mais de 500 anos, mas as matas da bacia do rio Doce permaneceram razoavelmente bem preservadas até o final do Século XIX. Em seu livro intitulado “O Desbravamento das Selvas do Rio Doce”, o engenheiro Ceciliano Abel de Almeida, primeiro reitor da Universidade do Espírito Santo, dá uma bela descrição da paisagem que avistou a bordo do barco a vapor, ao viajar da foz do rio, até Baixo Guandu, por volta de 1905. Dentre outras preciosidades, teve o prazer de apreciar um bando de ariranhas brincando na margem do rio. Tempos depois, ele relata um encontro de sua equipe com um grupo de índios botocudos, que os receberam a flechadas. Esse cenário, entretanto, não duraria muito.

Durante os primeiros dois terços do século XX o desmatamento da bacia do rio Doce foi brutal. Três dos principais fatores foram a cafeicultura, a pecuária bovina e a siderurgia. Esta última, pela demanda de carvão vegetal que devorou grande parte da zona da mata mineira. Hoje extensas áreas de pastagens estão erodidas e abandonadas e muitos cafezais estão decadentes. Os solos expostos pelo desmatamento são carreados em enxurrada para o leito do rio, onde parte dos sedimentos acarreta o assoreamento e parte é lançada no mar, poluindo o ambiente marinho. Soma-se a isso o esgoto doméstico e industrial não tratado, lixo e contaminação por agrotóxicos, que degradam dramaticamente a água do rio. 

Em meados do Século XX o naturalista capixaba Augusto Ruschi alertava para o risco de grandes desastres no rio Doce. Com o desmatamento e assoreamento o rio estaria vulnerável a grandes cheias na estação das águas e severas secas na estação de estiagem. Em janeiro e fevereiro de 1979 o céu desabou sobre bacia do rio Doce. Sem florestas para atenuar o impacto, as águas barrentas desceram em enxurrada provocando a maior cheia que se tem notícia. Outras cheias catastróficas voltaram a acontecer, a exemplo de janeiro de 1997 e janeiro de 2013. Este ano estamos testemunhando uma das maiores secas da história do rio, agravada por uma rigorosa estiagem.

Como se já não bastasse, fomos surpreendidos com o rompimento da lagoa de decantação de minério da SAMARCO, lançando, subitamente, num afluente do Doce, nada menos que 62 milhões de metros cúbicos de lama. A enxurrada ceifou vidas humanas, destruiu povoados, inutilizou áreas agrícolas e seguiu seu curso pelo rio Doce, já castigado pela seca prolongada. A ausência de um plano de comunicação pública confiável, a desinformação e a incapacidade da imprensa de cobrir a tragédia adequadamente, estimularam a onda de boatos sem embasamento técnico/científico, muitas vezes disseminando o pânico. Dentre estes ainda circulam boatos de que o rio será esterilizado, aniquilando-se todo o ser vivo que nele habita.

Não resta dúvida de que a vida ribeirinha está sendo duramente castigada com o desastre. Um incontável número de peixes, outros vertebrados e invertebrados estão perecendo, principalmente, por asfixia. Além de dispor de pouco oxigênio dissolvido, a água lamacenta obstrui as brânquias dos animais aquáticos, impedindo sua respiração. Não menos importante é o impacto sobre os vegetais e microrganismos, muitos deles essenciais para o sistema ecológico do rio, mas que não chamam tanto a atenção como os peixes mortos na superfície. Alguns impactos certamente durarão anos e outros serão irreversíveis.

Diante da urgência e desespero surgiram dezenas de inciativas visando atenuar os impactos sobre a vida humana e a biodiversidade, algumas de eficácia questionável. Por exemplo, a iniciativa de capturar peixes, para reintroduzi-los após o desastre, sensibiliza a opinião pública, mas não produz os resultados esperados. O manejo conservacionista de fauna é algo complexo e, salvo situações muito específicas, não se pode fazer da noite para o dia. Na pressa são “resgatados”, principalmente, exemplares das espécies mais comuns, incluindo espécies exóticas e invasoras, como o bagre africano, que não necessitam de ajuda. Além disso, o número total de exemplares capturados certamente é insignificante em relação às populações de peixes que habitam o rio. Se o desastre exterminasse as populações naturais, esses peixes “resgatados” dificilmente repovoariam o rio. 

É possível que algumas espécies da flora, fauna ou microrganismos sejam extintas com a tragédia, mas isto será difícil de comprovar, dado o nosso conhecimento fragmentado da biota do rio. Entretanto, dizer que o rio Doce, como um todo, está morto não tem sustentação científica, nem serve ao objetivo maior, que é buscar a sua recuperação ecológica. Obviamente o nível de impacto foi mudando com o distanciamento da fonte do desastre. No primeiro terço do percurso, a lama realmente foi devastadora. É desse trecho que provem, por exemplo, a maioria das imagens de peixes mortos. No terço médio o impacto também foi brutal, mas a lama já foi sedimentando e se diluindo com a água do rio, reduzindo sua letalidade. No baixo rio Doce, no Espírito Santo, a água ficou extremamente barrenta, porém não é mais um rio de lama como no início. 

Convém lembrar que a biodiversidade do rio Doce já apresenta uma grande resiliência, ou seja, tolerância a alterações ambientais. Certamente as espécies ecologicamente mais exigentes e sensíveis à perturbação ambiental já desapareceram do rio. Por exemplo, as emblemáticas ariranhas apreciadas por Ceciliano Abel de Almeida, já se extinguiram há décadas, bem como um grande número de outras espécies de vertebrados e invertebrados menos conspícuas. Quem conhece o rio Doce sabe que, todos anos, logo após as primeiras grandes chuvas, o rio adquire a típica coloração barrenta. A biota que lá permanece já é parcialmente adaptada a essa condição ecológica.

Podemos dizer que o Doce é um paciente crônico, que foi acometido por uma infecção aguda, que o colocou na UTI, mas não o matou. Considerando que é na crise que surgem as oportunidades, temos que aproveitar este momento de comoção para nos mobilizarmos em torno de um grande projeto de recuperação da bacia do rio Doce. Não se trata, apenas, de recuperar o rio do desastre provocado pela SAMARCO.

Obviamente não podemos abrir mão da responsabilização criminal das empresas envolvidas, mas para recuperar o rio temos que assumir que a responsabilidade ambiental é de toda sociedade. O “paciente” está morrendo por causa do modelo de crescimento econômico imediatista e inconsequente que caracteriza a nossa sociedade e tem sido estimulado por nossos governantes. Por exemplo, o que faziam os prefeitos, que agora esperneiam contra a SAMARCO, para melhorar o rio Doce? E os planos para recuperação da bacia, quem estava levando a sério? E o viciado sistema de licenciamento ambiental, com relatórios de impacto redigidos conforme interesse das empresas impactantes? Quem está se empenhando em mudar esse sistema?

Temos que recuperar mais de 100 anos de destruição e descaso. Não é tarefa fácil, de curto prazo nem barata. Mas é uma grande oportunidade de investimento, tanto sob o ponto de vista ecológico, quanto social e econômico. Grande parte da bacia do rio Doce é hoje constituída por terras degradadas e improdutivas, com fazendas decadentes, vilarejos empobrecidos e biodiversidade erodida. O modelo econômico do Século XX, imediatista e predatório, fracassou. 

Evidentemente precisaremos recuperar grandes extensões de Mata Atlântica, começando pela restauração das áreas de preservação permanentes e efetivação das reservas legais. A retirada de efluentes tóxicos e esgotos in natura do Doce e seus tributários é uma meta ambiciosa, mas essencial para a saúde do rio. Entretanto, essas intervenções devem ser acompanhadas de um plano de desenvolvimento socioeconômico, ecologicamente orientado. 

Há cerca de 50 anos os ingleses começaram a recuperação do rio Tâmisa, que se encontrava quase morto, em situação pior que o Doce. Hoje o rio está povoado de peixes e nele podem ser avistadas focas, golfinhos e até pequenas baleias. Certamente o rio Doce jamais voltará a ser como aquele que impressionou o naturalista Maximiliano de Wied. Mas se começarmos a trabalhar de forma séria, colaborativa e coordenada, em algumas décadas poderemos ter um rio melhor do que é hoje e, até o final deste século, um rio que possa orgulhar as gerações futuras.

*Sérgio Lucena Mendes é ecólogo, professor de zoologia da UFES e especializado em conservação e manejo de fauna.


terça-feira, 10 de novembro de 2015

Cama com dossel




Cama com dossel, meu favo de mel
lua de maio, Alentejo, noite de desejo,
de estrelas, de amores,
meu doce alfajor... (Fernanda Figueiredo)













sábado, 7 de novembro de 2015

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Nossos flamboyants...




Brasília  ficou mais  deslumbrante  com nossos flamboyants. Dessa harmoniosa floração  da  - Delonix regia - despenca  sempre um lindo tapete vermelho...Floresce nesta época do Natal. Escolhi alguns corredores da 713 Sul e Asa Norte. especialmente, os das quadras  509  a 515   sul - estão bem floridos.

FOTOS FERNANDA  FIGUEIREDO


A Delonix regia também conhecida por flor-do-paraíso, pau-rosa, flamboyant, flamboaiã , flamboaiã e acácia-rubra, é uma árvore da família das leguminosas (Fabaceae). É nativa da ilha de Madagáscar e da África tropical. "Flamboyant", "flamboiaiã" e "flamboaiã" são oriundos do francês flamboyant.
A planta foi descoberta na Ilha de Madagáscar por um botânico francês em 1824.

Embora esteja ameaçada de extinção no estado selvagem, é muito cultivada pelo seu valor ornamental.

Adaptou-se muito bem em toda a América tropical, sendo muito popularizada nas ilhas do Caribe. No Brasil, é usada na arborização de ruas e praças.







Foto Fernanda Figueiredo- Asa sul



sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Klementinum


Klementinum - Praga.
















Eleita pelo Bored Panda como a biblioteca mais bonita do mundo, em Praga,  foi construída em 1722 em arquitetura barroca. A Biblioteca klementinum abriga cerca de 20 mil livros e foi por muito tempo considerada como o terceiro maior colégio jesuíta do mundo. 

O teto é repleto de afrescos do pintor Jan Hiebl. Em 1775 começaram os primeiros estudos de mudanças  climáticas, os quais são registrados de lá até os dias de hoje. A klementinum é destaque em livros do escritor Jorge Luís Borges.



segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Exposição do Miró...

'A Magia De Miró'

A mostra A Magia De Miró  encerrrou permanência no Brasil. Esteve no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. A exposição apresentou 69 obras, entre desenhos e gravuras.

"Com curadoria e fotos de Alfredo Melgar, conde de Villamonte, fotógrafo galerista em Paris e amigo de Miró, a mostra exibiu, ainda, 23 fotografias do artista catalão, em preto e branco, que o registram durante o processo de criação.

Joan   Miró (1893-1983) é apontado como um dos principais nomes do movimento surrealista. De espírito inquieto, mas muito introvertido, Miró refletiu, em seu trabalho, o impacto da poesia sobre as artes plásticas, construindo um universo onírico, marcado por formas e cores que muitas vezes, pela espontaneidade e extrema liberdade artística, lembram a simplicidade dos desenhos infantis."

Fui registrar esta formidável exposição na Caixa Cultural de Brasília.











sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Lago Paranoá livre...

QUEDA DO MURO EM BRASÍLIA. 24/08/15.


Nós, moradores de Brasília, vivenciamos - hoje- a desocupação de parte da orla do Lago Paranoá, onde residem os ricos e autoridades do poder local. Ninguém imaginava essa queda do muro. Ocorreu derrubada de piscinas, saunas, cercas, portões, alambrados, churrasqueiras, rampas, etc. Uma espera de onze anos. Trata-se de ocupações irregulares de área públicas sempre proteladas por falta de vontade política de resolver o imbróglio. 


Quando mudei do Rio de Janeiro para Brasília, o que mais me impressionou foi a falta de acesso à orla do Lago Paranoá. Tratava-se de uma orla privatizada. 


Na  ocasião, ouvia na voz do cantor Oswaldo Montenegro “Numa tarde quente eu fui me embora de Brasília... Num submarino do lago Paranoá.”

Talvez, possa usar a expressão do Cristovam Buarque: “Apartação”, no seu sentido social, é uma sociedade partida, separando as pessoas por classe. Em outras palavras, é como se os moradores de luxuosas mansões com jardins suspensos, -do lago sul e norte- fossem os donos do lago. Dessa forma, separando os verdadeiros “donos” que é toda comunidade de Brasília.

Por outro lado, para regulamentar a matéria, a Resolução 302/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) estabeleceu como APP a faixa com largura mínima de 30 metros em projeção horizontal, a partir do nível máximo normal dos reservatórios artificiais situados em áreas urbanas consolidadas. Inclusive, o governo local acatou essa diretriz (Decreto 24.499/2004.)

Em determinada época, organizava eventos em barcos (foto abaixo) para usufruir da beleza do lago. Participaram servidores e alguns moradores do entorno, que nunca haviam navegado no lago. Não deixou de ser uma brecha, uma democratização de um espaço público altamente privatizado, frequentado pela elite em seus luxuosos iates. Acho que é quarta frota náutica do país.


Afora isso, sentia vontade de fotografar o pôr-do-sol de suas margens, mas encontrava muros, mansões deslumbrantes, guaritas, segurança. Existe uma Suíça em pleno entorno das margens do Paranoá. É fato. A única saída para fotografar seria me associar aos clubes, frequentar o Pontão do Lago Sul e alguns outros poucos lugares que me davam acesso, sem muita segurança.







Descortina-se um lago de beleza indescritível. Um belo cartão postal! Enfim, o lago é PARA TODOS! Preciso fotografar o pôr-do-sol das margens do lago... Urgente!
   Adeus, grades!