QUEDA DO MURO EM BRASÍLIA. 24/08/15.
Nós, moradores de Brasília,
vivenciamos - hoje- uma grande desocupação da orla do Lago Paranoá, onde
residem os ricos e autoridades do poder local. Ninguém imaginava essa queda do
muro. Ocorreu derrubada de piscinas, saunas, cercas, portões, alambrados, churrasqueiras,
rampas, etc... Uma espera de onze anos. Trata-se de ocupações irregulares de área
públicas sempre proteladas por falta de vontade política de resolver o
imbróglio.
Quando mudei do Rio de Janeiro para Brasília, o que mais me impressionou foi a falta de acesso à orla do Lago Paranoá. Tratava-se de uma orla privatizada.
Na ocasião, ouvia na voz do cantor Oswaldo Montenegro “Numa tarde quente eu fui me embora de Brasília... Num submarino do lago Paranoá.”
Talvez, possa usar a expressão do Cristovam Buarque: “Apartação”, no seu sentido social, é uma sociedade partida, separando as pessoas por classe. Em outras palavras, é como se os moradores de luxuosas mansões com jardins suspensos, -do lago sul e norte- fossem os donos do lago. Dessa forma, separando os verdadeiros “donos” que é toda comunidade de Brasília.
Por outro lado, para regulamentar a matéria, a Resolução 302/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) estabeleceu como APP a faixa com largura mínima de 30 metros em projeção horizontal, a partir do nível máximo normal dos reservatórios artificiais situados em áreas urbanas consolidadas. Inclusive, o governo local acatou essa diretriz (Decreto 24.499/2004.)
Em determinada época, organizava eventos em barcos (foto abaixo) para usufruir da beleza do lago. Participaram servidores e alguns moradores do entorno, que nunca haviam navegado no lago. Não deixou de ser uma brecha, uma democratização de um espaço público altamente privatizado, frequentado pela elite em seus luxuoso s iates. Acho que é quarta frota náutica do país.
Afora isso, sentia vontade de fotografar o pôr-do-sol de suas margens, mas encontrava muros, mansões deslumbrantes, guaritas, segurança. Existe uma Suíça em pleno entorno das margens do Paranoá. É fato. A única saída para fotografar seria me associar aos clubes, frequentar o Pontão do Lago Sul e alguns outros poucos lugares que me davam acesso, sem muita segurança.
Afora isso, sentia vontade de fotografar o pôr-do-sol de suas margens, mas encontrava muros, mansões deslumbrantes, guaritas, segurança. Existe uma Suíça em pleno entorno das margens do Paranoá. É fato. A única saída para fotografar seria me associar aos clubes, frequentar o Pontão do Lago Sul e alguns outros poucos lugares que me davam acesso, sem muita segurança.
Adeus, grades! |
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