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Fotos Fernanda Figueiredo- Asa norte-Brasília-Brasil |
Brasília: Um sonho sonhado
P/ Fernanda Figueiredo.
Brasília é uma cidade interessante em muitos aspectos. A região do Cerrado é considerada “caixa d’água” do país ou “Berço das águas”. Daqui partem três das maiores bacias da América do Sul: as bacias do São Francisco, do Tocantins-Araguaia e do Paraná. Todavia, à água não é abundante. Apresenta boa qualidade, portanto, é essencial evitar-se o desperdício.
Além disso, o céu daqui é um espetáculo estonteante, esplêndido. O Lago do Paranoá émajestoso. E a cidade possui uma arquitetura moderna.
Porém, o que mais me encanta é a quantidade de árvores plantadas no plano piloto, e na região do lago sul e norte. Ao sair a caminhar, encontro pés de amora, fruta-do-conde, goiaba, abacate, manga. No dia de Reis, precisei de uma romã. Próximo de casa encontrei um pé e pude economizar R$ 27,00 no supermercado. Semana passada necessitava de erva cidreira e encontrei na quadra. Observei em alguns blocos que o pé de manga oferece seu fruto direto na janela do morador da cidade. Curioso!
Fico pensando em criar uma campanha para que os frutos sejam recolhidos, antes que caiam no chão. Deveria ser uma preocupação das prefeituras das quadras. Não estou falando de 30, 50 mangas, mas de toneladas... Poderiam ser doados para creches, asilos, moradores interessados, regiões carentes. O mesmo acontece com abacates, jacas, são milhares que se estragam. Pena!
Talvez, os fundadores da capital desejassem reflorestar com árvores frutíferas de várias regiões, para que o candango tivesse sua região aqui representada, com sua flora e frutos. Muitas das espécies se adaptaram muito bem ao cerrado. Algumas são endêmicas. Outras árvores são criticadas (apesar de adoráveis), como os pés do Jamelão, originária da Índia. Os seus frutos caiem e grudam no sapato ou fazem escorregar as motocicletas.
Se a árvore é típica do cerrado ou não, isso pouco importa, todas devem ser respeitadas, porque trazem sombra, melhoram o clima de deserto, muito seco. Sou contra o corte sem autorização, sem estudo prévio. Na quadra 405 Norte, cortaram vários pés de fícus centenários. Não se sabe a razão.
Existe uma política da Novacap de somente plantar mudas do cerrado. Tudo bem é um bioma bastante ameaçado, mas foram plantadas árvores exóticas, inclusive, algumas dão problemas, vamos observá-las, mas nada de cortes. O pé de monguba, originária da região amazônica, a espécie é constantemente atacada por besouro e começa apodrecer, restando à alternativa de corte. Por que não tratá-la antes?
Há cortes, podas desnecessárias, mas a Novacap sempre esclarece que: “O Departamento de Parques e Jardins é formado por engenheiros florestais experientes e obedecem ao Decreto 14.783/93.” Afirmam que “a cada árvore nativa cortada são plantadas outras 30, e para as exóticas, são repostas 10 novas árvores.” Em alguns casos tem que haver podas regularmente, porém, orientadas. No Parque Olhos D’Água, alguns postes estão sendo imprensados por galhos de árvores. Quem caminha observa a necessidade de poda. Todavia, há abusos ou, como disse, falta supervisão.
Curioso é que os moradores não pegam as mangas, abacates, os frutos em geral. Os que o fazem, geralmente são os porteiros, trabalhadores da quadra. Ainda bem! Há uma questão cultural aí. A Cidade tem alto poder aquisitivo, isso, talvez, impeça os moradores de aproveitar o que a capital oferece. As pessoas vivem em carros, a cidade é um autorama. Não há tempo para aproveitar a qualidade de vida desta cidade, apreciar o verde, os passarinhos, o pôr do sol...
Quando aqui cheguei observei que o Lago também era pouco frequentado pelo cidadão comum. Comecei a organizar festas em barcos e com isso, muitos moradores do entorno - para o qual o lago poderia ser inacessível- passaram a aproveitar mais este lazer e conhecer esse belo cartão postal da cidade.
Como no sonho de Dom Bosco, a cidade começa a jorrar mel... Um sonho que começa dá samba: “Sonhei que estava sonhando um sonho sonhado...”
Fernanda,também fico revoltada com as podas desnecessárias que há em Brasília. Tem alguém na Novacap, e que deve ter poder, que tem verdadeira raiva, mesmo que escondida, de árvore e, não podendo cortá-las, podam drasticamente e sem necessidade. Escolhi meu apartamento por causa de uma mangueira exuberante bem em frente. Outro dia, voltando de viagem, vejo que simplesmente 2/3 da árvore foi podada. Detallhe que não estava ameaçando nada, ninguém passa em baixo, não há poste nenhum... Junto da poda foram embora duas casas de João de Barro.. Fiz denúncia, mas até hoje a Novacap não deu retorno. Engraçado que pouco tempo antes tive o seguinte pensamento: "esta árvore tá exuberante demais, algum maluco vai pedir para podar". Falam que tem critério. Sinceramente, muitas vezes não vejo critério nenhum, só um desrespeito enorme. Cortam todos os galhos laterais das árvores, deixando só a copa, o que deixa as árvores muito mais suscetíveis a ventos. E coitados dos Fícus, apesar das raízes serem muito extensas e poderem danificar construções, podam deixando só o tronco, mesmo quando essas árvores se encontram no meio do nada, como por exemplo na 109 norte. Parece umas mãos pedindo ajuda. Credo. Enfim, por trás dessas podas tem pessoas e sabemos que tá cheio de maluco no mundo. Beijos e adorei seu Blog! Isabel.
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