Foto Fernanda Figueiredo |
Poema de Vida
Fernanda Figueiredo.
Quero dizer
de um desejo
assim...
como as ondas do mar e os pingos de sal
sobre mim
longe das praias urbanas
que não me seduzem mais
Quero dizer
dessa minha liberdade de brincar com a vida
com as vibrações e as energias
de me encarar sem subterfúgios
do meu medo do meu medo
de ser um touro
às vezes,
um bichinho de pelúcia.
Da vontade imensa de
dispensar fatalidades
de transformar o impossível no imediato
de romper minhas grades
e reconstruir minhas ruínas
Quero dizer
meio sem jeito
da dualidade permitida
da natureza dos sentimentos
que me despe
Às vezes,
omissão com a vida
ou paixão de prolongar as aventuras
E que das ilusões sofridas
resiste sempre uma verdade
que pode ser ou não
a sua...
Que não gosto de dividir o meu eu
entre risos e riscos
prefiro o mistério
amar mais de um entre poucos...
Quero dizer
da beleza da flor de cactos
da meditação que rompe
neste ano que não acontece quase nada...
1990-1991
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