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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Voo Jobim

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013


VOO JOBIM

Fernanda Figueiredo 
                                

Vem...
Arara azul, arajuba,
toda ave brasileira, esguia,
lendária
é o baile do jardim!

Vem garça 
mais linda e mais cheia de graça...🎶 

Vem ave maria-faceira, 
a gaivota, a gralha-azul.
A maria-da-restinga
a maria-topetuda, aves de todo Brasil,

O uirapuruzinho-do norte, a andorinha-do-sul, o pica-pau-anão-do-
amazonas, o bicudo
o canário do brejo, o cardeal e  o azulão -  o
famoso da canção.

Vem...
À ave noivinha, a maria-leque
a linda jandaia-amarela
borboletear no orquidário
no jardim do encantamento
Vem festejar...
Na toca do João- de- barro
Passarim quis pousar
mas não deu...
🎶 

Vem...
convida o curió, tico-tico,
piru-piru, quiriquiri, siriema, guará
tem o canto do quero-quero
e do sertão, vem asa branca, carcará,
a jaçanã tem seu lugar.


Vêm    papagaios                 
todas as aves do meu 
Brasil brasileiro
vem beija-flor,
na aurora beijar...                                                                           
Vai tocar o Trinta-réis-boreal, o piui-boreal
é o baile nas palmeiras imperiais 
Pisu... Psiu... Psiu... Passarim cantou...


Chegou o João-pobre, miudinho,
o martinho, o trovoada, o
surucuá-mascarado, mas
não é carnaval...

Tem o saíra-sapucaia
é  a festa do jardim, 
Vem do cerrado 
um encanto a mais
que um dia Tom foi gravar
o canto do sabiá...

Vem de lá o fim-fim, o fogo-apagou,
o garrinchão-de-barriga vermelha,
o socozinho e o pipira-preta,

O  baile é carioca...
Vem japi ou japu vem tucano, pelicano
e todos mais que encontrar...

Vem rolinha apressada
Aqui no jardim
brasileiro, mítico, encantar
em toda floresta atlântica
botão de florzinha a brotar.                                   

Vem   o bem-te-vi e todos os primos, na maior           
serenata. 
Cadê o papa-formiga-de-capuz?
Vem no nicho procriar
Vem o Tom
com  esse dom de
encantar
voou, voou, voou 

Vêm jaburus, saracurus
Do pantanal o tuiuiú, e 
o tal Jabiru Mycteria...

Vem toda floresta
vem aquarelar 
é canário, ferro-velho
é  periquito assanhado
convida o gavião, águia
e o falcão
para admirar a sumaúma
à arvore do Tom
É a hora de amar, acasalar.

Convida o bacurau-de-são-francisco
o rapazinho-dos-velhos, 
a maria-catarinense,
o jacu-estado, o anu-branco

E no mesmo tom do
do meu Brasil
brasileiro, escutar 
em única sincronia
do jardim secular
a voz do Tom
que soou 

É a orquestra da floresta
na  mais pura sinfonia
Tom Jobim resolve
tocar:" Minha alma 
canta... 🎶 "



Singela homenagem ao Tom Jobim. 

















                                                          


sábado, 16 de fevereiro de 2013

Trilhos urbanos


Trilhos urbanos

                                                  Fernanda Figueiredo

Toda liberdade
para amar
Caminhar
nas ladeiras
vendo a lua bem cheia


Entender a magia
o tempo mítico
os estribos
os pés descalços
os arcos
à noite 🌙 calada
o chorinho
nos trilhos
da vida...


Os lampiões
e castelos 
na imensidão
densidade que incendeia
de paixão os recantos,
rasgando desejos
das ruas estreitas dos sonhos
que vagam nos bondes
que explodem em versos
Santa Teresa.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

A imagem de todos os carnavais!


Impossível  não lembrar da imagem que fez história no carnaval de todos os tempos, trata-se do enredo "Ratos e Urubus larguem a minha  fantasia ", da Beija-flor, 1989.  Na ocasião, fiquei meio frustrada porque cheguei a me arrumar  no desfile das campeãs para sair nessa ala. Houve um problema  de última hora. Já estava fantasiada, mas eu e  a minha amiga Tânia  não fomos.

Queria fazer essa  homenagem ao Joãosinho Trinta. Breve sua história estará  nos cinemas.
Até os 18 anos de idade viveu em São Luís do Maranhão, onde trabalhou como escriturário. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1951.

Como carnavalesco-solo ganhou o bi-campeonato em 1974 com "O Rei de França na Ilha da Assombração" e em 1975 com "O Segredo das minas do Rei Salomão".

Após divergências com a diretoria salgueirense, transferiu-se para a escola de samba Beija-Flor, onde deu seu toque de genialidade com enredos ousados e luxuosos que deram à agremiação nilopolitana os títulos de 1976, 1977, 1978, 1980 e 1983, além de vários vice-campeonatos, entre eles os de 1986 com "O mundo é uma bola" e o de 1989 com "Ratos e Urubus, Larguem a Minha Fantasia" gerando controvérsias com a Igreja Católica ao tentar levar ao desfile uma imagem do Cristo Redentor caracterizado como mendigo.

Após problemas de saúde transferiu-se para a escola de samba Unidos do Viradouro, onde ganhou o título do carnaval de 1997 com o impactante "Trevas! Luz! A explosão do Universo".
Teve passagem marcante na Grande Rio com o 3º lugar inédito para a escola em 2003.

Em 11 de julho de 2006, após sofrer dois AVCs (acidente vascular cerebral), foi internado no Rio de Janeiro e, vinte dias depois, transferido para o Hospital Sarah Kubitschek, de Brasília, de onde teve alta em 19 de outubro. Morreu no dia 17 de dezembro de 2011 devido a insuficiência respiratória e renal em São Luís, Maranhão.[4]. Em sua homenagem, no dia 21 de dezembro (três dias depois de sua morte), seu nome foi anunciado como nome da Cidade do Samba, que reúne as principais escolas de samba do Rio de Janeiro. (Wikipédia)


sábado, 9 de fevereiro de 2013

Ó Linda...


Crônica:

Sonho de uma noite de carnaval...

Já faz algum tempo... Viajei para brincar o carnaval em Olinda...Fui de carro atravessando todo o nordeste. Quando avistei Olinda, de cara, fiquei apaixonada pela cidade, casas de portas abertas, janelas coloridas, ladeiras parecidas com as de Santa Teresa, Rio de Janeiro. As mulheres fantasiadas com plumas e paetês. O sotaque era bem mais carregado, porém, bem sensual, me remetia ao personagens baianos do Jorge Amado. Na verdade, nada igual.

Comecei a circular na praça principal onde tudo acontecia. E aconteceu... Reencontrei os amigos do posto 9 (Ipanema) e no  meio daquelas máscaras, blocos, troças, maracatus, bonecos famosos ...Encontrei  o  Homem da meia- noite.

Fomos conhecer Olinda e nos indicaram para beber o tal Pau do Índio-“bebida afrodisíaca” famosíssima por lá. O lugar que nos fora recomendado era uma casa onde o preparado das ervas era muito bem feito, higienizado, podia-se beber sem susto. Bebemos o pau-do-índio e ficamos no maior pique para subir e descer ladeiras, bebida afrodisíaca, calor, desejos.Prontos, pulamos o maior frevo ao som de –Ó- Linda... &&&

Para falar a verdade, adorei o pau-do índio. Sugeri ao homem da meia-noite beber mais um copo. Desta vez, optamos em comprar a bebida na barraca da praça, no camelô, para ficar  bem entendido, próximo dos agitos. Deu no que deu. Era falsificado ou sei lá o quê. Ao beber essa segunda dose comecei  a perder  forças. O homem da meia- noite me levou a farmácia para  o enfermeiro aplicar uma injeção. E, logo, desmaiei com máscara e tudo.

O homem da meia-noite desesperado, não sabia o que fazer e  ficou de guardião.  Caída na praça, onde já estavam bêbados não equilibristas e tombada, literalmente, por um pau-do-índio. E o frevo rolando solto. Ao retomar os sentidos voltei para o apartamento dormir o sono dos justos sem sonhar com o pau nem o índio... 

No dia seguinte, estava de novo na folia, desta vez, inteira, movida por um caldo de piranha. Depois disso, eu e o homem da meia-noite curtimos o melhor carnaval do mundo. Essa é uma homenagem ao frevo e a Olinda... 

Ó Olinda &&&

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Nunca é tarde para admirar...Jan Brueghel


                                   O Paraíso" (cerca de 1620), quadro de Jan Brueghel

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Veja o documentário...do jorge Mautner


Estreia o documentário dirigido por Pedro Bial e Heitor D’Allincourt: Jorge Mautner o filho do Holocausto.  Autor do Maracatu atômico entre outros clássicos, parceiro e amigo de Gil e Caetano. Um poeta, compositor, inspirador de toda uma geração. Este blog recomenda o documentário sobre a vida e obra do genial Jorge Mautner. Abaixo, a dedicatória  que  guardo com carinho.


“O fato é que Mautner foi ponta de lança de uma geração que empurrou as coisas adiante. Forçou limites e pagou seu preço por isso. Sempre se paga. Dessa fricção, anda-se um pouco mais à frente. Mautner como outros, é um desbravador de caminhos. Mesmo que o filme não entre em detalhes mais íntimos, adivinha-se uma vida de grande riqueza pessoal, ao lado da realização artística.”
O Estadão.