Fernanda-1977.
Rio de Janeiro
Era noite quando cheguei ao Rio de Janeiro. Fiquei encantada com a cidade toda iluminada, mas ao mesmo tempo senti certo medo, principalmente, quando notei do carro, muita macumba, velas acesas, galinhas depenadas, em praças e cantos de rua. Esse contraste da luz das velas e da iluminação da cidade me apresentava um cartão postal único: Luz e escuridão.
Ao amanhecer o visual é outro. Havia um grande movimento de carros, de gente e avenidas largas. Enfim, o autorretrato de uma metrópole. O Rio tem essa primazia por ter uma beleza natural, contudo parece que se encontra no fim, diante do pouco verde existente. Nos grandes bairros vi somente algumas árvores raquíticas, sem o verde original. As praias são lindas, algumas poluídas. Os passarinhos devem existir em algum parque, zoológico. Há muita poluição, a natureza pede socorro!
O problema social chamou bastante minha atenção. O Rio com seus arranha-céus e suas montanhas, deixando deslumbrado seu mais ilustre visitante, mas por outro lado, torna-se amargo para seu mais humilde habitante: o favelado. As favelas ao lado de edifícios suntuosos gerando uma série de conflitos, ocasionando a marginalização. O lado humano é fundamental para que seja conservado o título de cidade MA-RA-VI-LHO-SA!
Diante de tantas discriminações, onde cada um é por si mesmo, o dinheiro é a arma para se poder sobreviver na cidade e usufruir das coisas fantásticas que ela tem para oferecer. Atualmente, gasolina dá status, o milionário aproveita dessa “essência”, enquanto isso, o suburbano chega à zona sul de trem.
Já os nordestinos chegam com a filosofia de vencer na vida, é uma mão de obra barata, certamente ajudando a construir o que os gringos vêm curtir.
Os moradores dos edifícios sofrendo a eterna perseguição das obras do metrô, as pessoas angustiadas sem saber para onde ir. Penso no samba que é a alma deste povo, onde se pode ainda, afagar as mágoas.
Além, do sol e da praia, da beleza natural que envolve a cidade, tem muita miséria, poluição, obras, engarrafamentos, desemprego, marginalização, nem tudo são flores. Tudo e todos na cidade maravilha, cujo sinal está vermelho.
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