Histats
sábado, 28 de fevereiro de 2015
Rio de Janeiro-Texto de 1977
Fernanda-1977.
Rio de Janeiro
Era noite quando cheguei ao Rio de Janeiro. Fiquei encantada com a cidade toda iluminada, mas ao mesmo tempo senti certo medo, principalmente, quando notei do carro, muita macumba, velas acesas, galinhas depenadas, em praças e cantos de rua. Esse contraste da luz das velas e da iluminação da cidade me apresentava um cartão postal único: Luz e escuridão.
Ao amanhecer o visual é outro. Havia um grande movimento de carros, de gente e avenidas largas. Enfim, o autorretrato de uma metrópole. O Rio tem essa primazia por ter uma beleza natural, contudo parece que se encontra no fim, diante do pouco verde existente. Nos grandes bairros vi somente algumas árvores raquíticas, sem o verde original. As praias são lindas, algumas poluídas. Os passarinhos devem existir em algum parque, zoológico. Há muita poluição, a natureza pede socorro!
O problema social chamou bastante minha atenção. O Rio com seus arranha-céus e suas montanhas, deixando deslumbrado seu mais ilustre visitante, mas por outro lado, torna-se amargo para seu mais humilde habitante: o favelado. As favelas ao lado de edifícios suntuosos gerando uma série de conflitos, ocasionando a marginalização. O lado humano é fundamental para que seja conservado o título de cidade MA-RA-VI-LHO-SA!
Diante de tantas discriminações, onde cada um é por si mesmo, o dinheiro é a arma para se poder sobreviver na cidade e usufruir das coisas fantásticas que ela tem para oferecer. Atualmente, gasolina dá status, o milionário aproveita dessa “essência”, enquanto isso, o suburbano chega à zona sul de trem.
Já os nordestinos chegam com a filosofia de vencer na vida, é uma mão de obra barata, certamente ajudando a construir o que os gringos vêm curtir.
Os moradores dos edifícios sofrendo a eterna perseguição das obras do metrô, as pessoas angustiadas sem saber para onde ir. Penso no samba que é a alma deste povo, onde se pode ainda, afagar as mágoas.
Além, do sol e da praia, da beleza natural que envolve a cidade, tem muita miséria, poluição, obras, engarrafamentos, desemprego, marginalização, nem tudo são flores. Tudo e todos na cidade maravilha, cujo sinal está vermelho.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
Mensagem do dia: As três peneiras
As três peneiras ...
Um homem, procurou um sábio e disse-lhe: - Preciso contar-lhe algo sobre alguém! Você não imagina o que me contaram a respeito de... Nem chegou a terminar a frase, quando Sócrates ergueu os olhos do livro que lia e perguntou: - Espere um pouco. O que vai me contar já passou pelo crivo das três peneiras? - Peneiras? Que peneiras? - Sim. A primeira é a da verdade. Você tem certeza de que o que vai me contar é absolutamente verdadeiro? - Não. Como posso saber? O que sei foi o que me contaram! - Então suas palavras já vazaram a primeira peneira. Vamos então para a segunda peneira: a bondade. O que vai me contar, gostaria que os outros também dissessem a seu respeito? - Não! Absolutamente, não! - Então suas palavras vazaram, também, a segunda peneira. Vamos agora para a terceira peneira: a necessidade. Você acha mesmo necessário contar-me esse fato, ou mesmo passá-lo adiante? Resolve alguma coisa? Ajuda alguém? Melhora alguma coisa? - Não... Passando pelo crivo das três peneiras, compreendi que nada me resta do que iria contar. E o sábio sorrindo concluiu: - Se passar pelas três peneiras, conte! Tanto eu, quanto você e os outros iremos nos beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos. Devemos ser sempre a estação terminal de qualquer comentário infeliz! Da próxima vez que ouvir algo, antes de ceder ao impulso de passá-lo adiante, submeta-o ao crivo das três peneiras porque: Pessoas sábias falam sobre idéias; Pessoas comuns falam sobre coisas; Pessoas medíocres falam sobre pessoas.
Sócrates
sábado, 7 de fevereiro de 2015
Meu dia...
"Meu dia"
Meu dia,
Foi assim...
alvorada da janela
alta vibração
De um céu azul anil
infinito...
sol iluminando, latejante
nuvem passageira
embaralhando pensamentos
Neste horizonte perdido
vivi milagres por minutos
Tudo lúdico, sinos da alma...
Algo, além...
Meu dia foi assim,
Com chuva de granizo, arco-íris
Varinha de condão
pote de ouro
luar, divina lua
Brilho no olhar
pura vibração...
Noite de estrelas,
nada foi Ilusão...
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Felizes para sempre?
Lago Paranoá- Foto Fernanda Figueiredo |
Drone Bond
P/ Fernanda Figueiredo
Drone Bond é um trocadilho. Danny Bond causou frisson. Todavia, a verdadeira protagonista é Brasília. Foi preciso Fernando Meirelles filmar em Brasília a minissérie “Felizes para sempre?” para que o Brasil conhecesse belas imagens da nossa capital. Algumas feitas por drones. São imagens, ângulos nunca vistos antes na história desta cidade. Brasília nunca foi retratada em novelas, minisséries desta forma. Com sutileza, poesia. Encanto.
Por mais que o Rio de Janeiro tenha um cenário perfeito, deslumbrante, para qualquer novela, filme, tem uma hora que é preciso alternância. Com isso, São Paulo tem sido um cenário alternativo para os cineastas e diretores. Grande metrópole. Arranha-céus. Nessa busca para não cansar o telespectador, eis que surge um novo cenário: Brasília. Aos 54 anos, nossa capital federal esbanja beleza. É o céu, o horizonte, o verde, cidade organizada, elogiada na última Copa pelo New York Times. Passa por uns mal bocados na administração, mas isso é outra conversa.
Isso abre uma nova perspectiva para os diretores. Brasília é sempre vista pela ótica da esplanada, com seus Ministérios e manifestações. Brasília é associada aos corruptos e corruptores. Todavia, o morador da cidade não gosta dessa comparação da capital federal dos escândalos políticos e dos cofres arrombados. Brasília é na verdade, uma cidade cosmopolita, de arquitetura reconhecida, de vida cotidiana agradável, de gente honesta, cidadã.
Por isso, essa minissérie é importante. Abre horizonte para outra Brasília que pouca gente conhece. A trama da série fala de corrupção, mas o foco maior é sobre relacionamentos. Com cenas ousadas, calientes. Brilhante atuação do Enrique Díaz, e claro, Paolla Oliveira, a Danny Bond.
Não confundam. O ator Enrique Díaz é irmão do Chico Diaz. São parecidos. Enrique é casado com a atriz Mariana Lima. O Chico Diaz com a atriz Silvia Buarque. São dois excelentes atores, bem talentosos. Enrique como o Cláudio na minissérie parece até que buscou inspiração em alguém.
Agora, pelo amor de Deus, tem que avisar aos artistas do eixo Rio-São Paulo que é muito complicado filmar no período de seca. O que os artistas sofrem, não é brincadeira. Lembro sempre de uma temporada do show do Eduardo Dusek, em pleno período seco, de calor, foi um sofrimento para o elenco. O clima é de deserto, ninguém acostuma nem mesmo quem mora aqui. É pura maldade. Fazer externas, então, é sofrimento certo.
Por fim, Felizes para sempre? (Quase sempre esquecem o ponto de interrogação...), vem para afirmar Brasília como capital de todos os brasileiros. Bela, imponente, seca, verde, de nuvens baixas que formam desenhos, do céu azul cantado em verso e prosa, bem interiorana, cheia de sotaques, inclusive, dos estrangeiros, possui um lago majestoso e de notável arquitetura. Feliz em Brasília? Para sempre!
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