Histats

sábado, 17 de maio de 2014

$$$$$$$$$$$$$$$


Fiz uma pesquisa das expressões que simbolizam o dinheiro e encontrei muitas, algumas, que nem lembrava mais como: money ,grana , bufunfa, merreca, cascalho , pila, libras, dim dim, jabá, migalhas,boró, dólar,verdinhas, Faz-me-rir , grana, Vem-cá-minha-nega, caife, mesada, paus, réis, jabaculê, mixaria,níquel, tostão, pataca, cacau,tutu,extra, caraminguá,vintém, bufunfa, trocado, mangos,mufunfa,barão, milha, onça, galo, bolada, verdinha, chover na horta.

Ouro, riqueza, fortuna, tesouro.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

O céu de Oscar



Foto Fernanda Figueiredo










CÉU DE OSCAR

“Sempre que viajava de carro para Brasília, minha distração era olhar as nuvens do céu.
Quantas coisas inesperadas elas sugerem! Às vezes são catedrais enormes e misteriosas — as catedrais de Saint-Exupéry, com certeza; outras vezes, guerreiros terríveis, carros romanos a cavalgarem pelos ares; outros ainda, monstros desconhecidos a correrem pelos ventos em louca disparada e, mais frequentemente, porque sempre as procurava lindas e vaporosas mulheres recostadas nas nuvens.

Mas logo tudo se transformava: as catedrais se desvaneciam em branco nevoeiro; os guerreiros viravam préstitos carnavalescos intermináveis; os monstros se escondiam em escuras cavernas para surgirem adiante mais furiosos ainda, e as mulheres iam se esgarçando, se estendendo, transformadas em pássaros ou negras serpentes.

Muitas vezes pensei em fotografar tudo isso, tão exatas eram as figuram que apareciam. Nunca o fiz.
Mas, sempre que viajo olhar para as nuvens é a minha distração predileta, curioso, procurando decifrá-las como se estivesse em busca de uma boa e esperada mensagem. Naquele dia, porém, a visão foi mais surpreendente. Era uma bela mulher rosada como uma figura de Renoir. O rosto oval, os seios fartos, o ventre liso, e as pernas longas a se entrelaçarem nas nuvens brancas do céu.

E fiquei a olhá-la embevecido, com medo de que se diluísse de repente. Mas os ventos daquela tarde de verão deviam estar me ouvindo e durante muito tempo ela ali ficou a me olhar de longe, como a convidar-me para subir e com ela, entre as nuvens, brincar um pouco.

Mas o que temia tinha de acontecer. E pouco a pouco a minha namorada foi-se diluindo, os braços se alongando com desespero, os seios a voarem como se destacando do corpo, as longas pernas se contorcendo em espiral, como se dali ela não quisesse sair. Só os olhos continuavam a me ficar cada vez maiores, cheios de espanto e tristeza, quando uma nuvem maior, densa e negra, a levou para longe de mim.

E fiquei a olhá-la, inquieto, vendo-a lutar entre as nuvens que a envolviam”

Oscar Niemeyer.As curvas do tempo, Editora Renavan, 1998.