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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Cineastas arrebatam prêmios no Festival de Brasília


Curta ganha prêmio de direção no Festival de Brasília. Assinado pelos cineastas paranaenses Rafael Urban e Terence Keller , com a brilhante montagem de Larissa Figueiredo, recebeu três prêmios em sua estreia no 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro: Melhor Filme Curta-Metragem pela Crítica (abraccine), Melhor Direção em Curta-Metragem Documentário pelo Júri Oficial; e Prêmio Aquisição Canal Brasil. 
                     
                          A que deve a honra dessa ilustre visita este simples marquês? 

Cine Brasília
                     
                                     FILME DE CURTA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO                               



“O curta foi bastante aplaudido pelo público do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro que apresentou o ilustre Max Conradt Jr., um curitibano muito peculiar”. Comerciante aposentado de 82 anos, morador do bairro das Mercês, protagonista do documentário  A Que Deve a Honra da Ilustre Visita Este Simples Marquês.

Os três  cineastas tem futuro promissor. Parabéns, Terence, Rafa e Larissa!

sábado, 21 de setembro de 2013

Banheiro Público...

Fotos Fernanda Figueiredo- Pátio Brasil

BANHEIRO PÚBLICO:

Vamos combinar que banheiro público é para quem tem coragem de entrar ou em caso de extrema necessidade. Em Brasília, os melhores banheiros são os de shopping centers. O banheiro  do Pátio Brasil é muito bom. 

Segundo os administradores do Pátio Brasil:“Entre as principais mudanças, destacam-se a cascata de luz e as paredes em vidro, iluminação dos banheiros é distribuída com lâmpadas de LED. O banheiro feminino conta ainda com espaço para maquiagem, lounge e jardim de inverno. Já o masculino apresenta mictórios ecológicos fabricados na Suíça e que funcionam sem água e com eliminação de odores. Os modelos são um sucesso na Europa e atendem às novas tendências do mercado que visam à preservação do meio ambiente.”

Ao entrar no banheiro do Shopping  Pátio Brasil , vi uma senhora, humilde, deslumbrada, com o fato de não precisar abrir a torneira, puxar papel, apertar a saboneteira. O uso é feito  na base de sensor. Então,ela fez o seguinte comentário, que achei engraçado:

“- Depois que entrou uma mulher na Presidência, tudo melhorou. Não se precisa nem fazer força...” E continuava no seu encantamento..."

Não custava nada melhorar os padrões dos banheiros públicos.  No caso do banheiro da rodoviária, do plano piloto, se quiser continuar com saúde; não entre! E, nos casos de restaurantes e bares, a grande maioria deixa a desejar. Há algumas semanas, fui ao Boteco na asa  sul e achei o banheiro, limpo, higiênico. Não precisa mármores, espelhos com molduras douradas estilo Luis XV para receber uma boa avaliação. Basta limpeza.

Banheiro público é para ricos e pobres. Brasília é uma cidade projetada, linda, mas com diferenças sociais enormes. No caso da nossa capital federal, há uma constante vontade de demonstração de poder e riqueza. Carros de luxo.com teto solar, são vistos com frequência por aqui. Tudo isso,  para comentar de um caso de uma senhora que entrou no banheiro do supermercado no Lago Sul e fez escândalo porque a gari estava usando o mesmo banheiro que ela. E, esta mulher falou horrores para a essa senhora trabalhadora, que fazia seu serviço, honesto, sol a sol. Essa infeliz "madame" da elite ofendeu uma gari de maneira arrogante, chocante.Enfim, foram todos parar na Delegacia, acho que esse fato ocorreu ano passado. Essas cenas não tão raras na Capital Federal: Você sabe com quem está falando? Infelizmente, ainda, acontecem.

“A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia...
Cazuza.


quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Cartas...



Estas poucas Linhas...
Fernanda Figueiredo
Com  o avanço das tecnologias, do computador, quase não se escreve mais cartas. De fato, a maior parte da nossa comunicação é realizada por e-mails.
Arrumando  meu baú de lembranças, achei muitas cartas trocadas com amigos, família e namorados. Como era gostosa a sensação de esperar o carteiro, o que me faz lembrar esta canção: “Quando o carteiro chegou e meu nome gritou com uma carta na mão...”
Essa  sensação de se chegar em casa e encontrar em cima da mesa, cartinhas em envelopes especiais, endereçadas com zelo e carinho, em envelopes coloridos, reciclados, escritas em papel de seda, desenhadas com florzinhas, com adornos é algo do passado.

Os conteúdos transpunham sentimentos, delicadeza, as notícias que vinham de longe, dos parentes, amigos e amores. Ou apenas, para entreter, outras densas, com informações factuais, ou cartas que mais ressoavam  dilemas do divã.
Alguns companheiros de aventuras, não sabiam o meu sobrenome e endereçavam: "Fernanda Verde Manga"," Fernanda Companheira", "Fernanda Verde Mata..."
Outras vinham com várias páginas (uma, duas, três, quatro, cinco...) especialmente, as que versavam sobre conjuntura política e ambientalismo, trocadas com amigo que morou um tempo em Paris. As cartinhas vinham recheadas. Já a
à  minha prima, que morava na Flórida, também, me enviava folhas e mais folhas. Tânia nasceu  com  o dom da escrita, adorava receber suas deliciosas cartinhas. Já minha irmã que morou na Romênia, me mandava postais. Não tem como jogá-los fora. Postal é atemporal. Os monumentos continuam iguais  e as mensagens estão eternizadas.
Receber  carta de namorado deixava a gente toda prosa: Ah! Que bom que lembrou de mim...Ou ele estava com a consciência pesada, arrumou outra e despachou um postal...Vai saber...
Também gostava de receber carta da minha amiga Silvia, do tempo do Colégio Zoé Cerveira, na minha adolescência. À medida que releio vislumbro maturidade, busca existencial impressionante desta minha amiga. E das amigas da Universidade: Débora, Gilda e Malena, adoravam escrever algumas poucas linhas. 

Recebi cartas de uma colega, do Colégio Batista, na qual ela comentava: Lembra do dedão? Risos... Daí lembrei... Pegávamos carona na volta para casa,  algo transgressor naquela época, imagina, anos 70, adolescentes apontando o dedão... Graças a Deus não tinha essa violência de hoje. Um mundo ingênuo, de paz de amor.
Ao  reler algumas, vi como o tempo mudou, certas cartas dão-nos uma ideia da evolução dos tempos, da tecnologia. E até as gírias mudaram quem nunca escreveu um “Curtir as pampas”? Quem é desse tempo irá lembrar...
As cartas são extensas, que marcaram amizades sinceras, algumas perdidas na estrada, outras banidas pelo tempo, algumas que já duram trinta anos... Sempre supus importantes, como se fossem as cartas apaixonadas  dos poetas, as cartas históricas. Como gosto de trabalhar com memória,  são importantes instrumentos de trabalho, pesquisa.
Escrever é uma arte, mas detestava minha letra. Hoje, já gosto mais... Infelizmente, tem carta que seria melhor não ter escrito. Foi um caldeirão de ebulições, de cargas sentimentais, que saem do âmago, extravasa à própria razão. 
O e-mail é  impessoal, com o mundo cada vez mais vigiado, não há segurança nenhuma, não há como expor tanta intimidade. Então, me bateu essa saudade das cartas, onde os sonhos relatados tinham um sabor diferente, de construir cada palavra com emoção, encantamento, sutilezas, segredos, medos, ressentimentos, incertezas...