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Museu de Arte da Boa Morte |
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Fotos Fernanda Figueiredo |
Cidade de Goiás – Goiás -Patrimônio Mundial
Como chegar:
Brasília-Goiânia
Saindo de Brasília de
ônibus–GO-070-são três horas até Goiânia. Viação Araguarina. Uma
viagem meio cansativa devido ao trânsito pesado de caminhões.
Goiânia-Cidade de Goiás
Na rodoviária de Goiânia, compre logo sua passagem na Empresa
Moreira (0800 642 5022) - um ônibus mais modesto e sem muito luxo, mas com ar
condicionado, pois o calor da região é forte. Lindas paisagens para aguentar mais três
horas de viagem.
Obs: Se fizer esse percurso de ônibus saia cedo de casa.
Outras alternativas:
O ideal é pegar avião
até Goiânia e seguir via rodovia para cidade de Goiás. Antigamente era conhecida como “Goiás Velho”, mas os moradores não gostam desta denominação. (Deixo
essa curiosidade para que expliquem o motivo para você pessoalmente).
De carro, acredito que será em tempo menor algo em torno de
320 Km até a cidade de Goiás. Há muitos artesanatos na estrada, vale conferir.
De ônibus: é o famoso pinga-pinga. O ônibus vai parando em
todas as cidades, acho que umas três. Itaberái, Itauçu, Inhumas. Pergunte
sempre qual é a rodoviária do seu destino, pode ser que você já cansado vá
parar além de Goiás - pois o “buzu”segue seu destino final.
No retorno o melhor é pegar um direto. Cidade de Goiás-Goiânia.
Viação Goiânia. Costuma sair 8.30 da manhã.
O visual na estrada compensa. É tudo verdinho, região de pastagens,
agricultura. Que sol radiante!
Goiânia-rodoviária
Na rodoviária de Goiânia o comércio é cheio de lojas de sapatos, bolsas até de boas marcas. A praça
de alimentação não me causou boa impressão para o almoço. Porém, existem várias
lanchonetes e podem ser uma boa alternativa.
Os Hotéis:
Casa Ponte Hotel: O mais próximo do Museu Casa Cora Coralina. Fica
em frente ao museu. Perto do comércio, bancos, etc...
No Hotel, escolha os melhores quartos e com ar condicionado.
Com vista para a Serra. Se for para a procissão do Fogaréu (Semana Santa) faça
reserva em outubro. Tel.(62) 3371-4467.
Pousada do Sol: Fica bem próximo ao comercio. Muito
simpática. Tel: (62) 3371-1717.
Pousada do Ipê: Próximo do comercio, Possui Chalés. Tel. (62)3371-2065.
Os preços dos hotéis e pousadas variam de R$ 60,00
(individual) com ventilador e até R$
300,00 (casal), com ar condicionado.
Serviço de Táxi:
Na rodoviária utilizei os serviços do Mardônio. Senhor que
atende na Estação rodoviária Nova. Posto: Tel. (62) 3371-2227. Você pode
solicitar seus serviços para conhecer melhor a cidade.
Atenção: Alguns bancos como Itaú, CEF, BB, Bradesco, são
encontrados com facilidade, mas não existe agencia do Santander alguns turistas costumam ficar em apuros.
A Serra
Dourada. Cria um clima muito agradável. Dependendo da hora uma luminosidade reflete um dourado sobre a cidade.
O Rio Vermelho que corta a cidade.
Rua de Pedras – um charme, porém, acaba com os sapatos, melhor usar tênis.
As fachadas são coloridas, alguns casarões com data de inauguração do século passado. - Muito bem preservadas, originais, bom trabalho do IPHAN de GO.
Os becos são atrações à parte. Perca-se...!
Arte sacra nas igrejas e museus.Vale conferir!
A casa de Cora Coralina-Uma atração especial
Os postes de luz antigos- sempre charmosos.
“Cora Coralina , pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto
Bretas, Em 1934, torna-se vendedora de livros da editora José Olímpio que, em
1965, lança seu primeiro livro, "O Poema dos Becos de Goiás e Estórias
Mais". Em 1980, Carlos Drummond de Andrade, após ler alguns escritos da
autora, manda-lhe uma carta elogiando seu trabalho, a qual, ao ser divulgada,
desperta o interesse do público leitor e a faz ficar conhecida em todo o
Brasil.’
Nasceu na cidade de Goiás, em 20 de agosto de 1889 e faleceu
em Goiânia em 10 de abril de 1985.
Que lição! Cora Coralina aprendeu a datilografar aos 70 anos e
publicou seu primeiro livro aos 75 anos.
Museu Casa de Cora Coralina
Uma ponte leva até a casa, branca e verde, típica residência
do século 18. Foi minha primeira curiosidade nesta bucólica cidade. Conhecer a
Casa de Cora Coralina. Esperava tirar fotos da cozinha e demais aposentos, mas
não é permitido. A guia faz um relato da vida e obra.
Maria Grampinho
Fiquei conhecendo os personagens da vida de Cora, como a Maria
Grampinho, senhora que vivia pelas ruas, e usava mais de cem grampos na cabeça.
Na década de 40, dormia no ambiente debaixo da casa, abrigada por Cora
Coralina, e, faleceu logo depois, da poetisa. Virou boneca de tecido nas lojas
de artesanatos uma homenagem.
O museu é aberto de terça-feira a sábado das 9 às 16h45, e
aos domingos das 9 às 13h.
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Cozinha da Cora Coralina-Fotos da internet de Eduardo Vessoni |
Museu Conde dos Arcos- 1755
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A artista |
‘O Palácio Conde dos Arcos é um palácio situado na Cidade de
Goiás, antiga sede do governo do estado de Goiás, e leva o seu nome em
homenagem ao primeiro governador da então capitania de Goiás, Dom Marcos de
Noronha, o Conde dos Arcos. A sua arquitetura é barroca.”
Imperdível. Uma aula de História. O guia nos orienta com
muita simpatia, pelos ambientes palacianos. É de lá que o atual Governador despacha no
aniversário da Cidade. É cobrada uma taxa de R$ 4,00 pela visita guiada.
Igrejas
Igreja do Rosário
Soube que há nove Igrejas. Fui visitar a Igreja de São
Francisco de Paula ( 1761) ( um sino enorme ideal para uma foto) e a Igreja do Rosário e outras. A Igreja de Santa Bárbara (1780),
não foi possível subir seus cinquenta e dois degraus devido à chuva. Dizem que
de lá é a melhor vista da cidade, porém, às arvores cresceram o que dificulta
essa visão. Deve ter outro morro para apreciar belos pores de sol.
Artesanato e Comércio local
É muito bom de modo geral e para compras com preços
razoáveis. Além do artesanato, rico em panelas, decoração, bolsas, chapéus,
etc...
Muito doces, licores, e o famoso empadão goiano e bolinho
doce de arroz.
Sorveteria do Coreto: Picolés regionais sabores murici e
mangaba, por R$ 2,50.
Restaurantes
Precisa melhorar com mais restaurantes e opções. Empadão você
pode experimentar no Restaurante Dalí. Rua 13 de Maio, 26.
Atendimento ao turista:
Faltam guias. Uma dificuldade encontrar um com agenda
disponível. A única que retornou foi a Carmem. Como não tenho autorização para
repassar seu celular. Melhor consultar no posto de atendimento ao turista.
Calendário
Abril: Semana Santa.Na quarta-feira, ocorre a procissão do Fogaréu, que
simboliza a busca e prisão de Jesus. Encenação que impressiona, muito
emocionante segundo relatos.
Junho: Festival Internacional de Cinema Ambiental-FICA.
Observação:
Por ser cidade Patrimônio da Humanidade, o transito de carros
e motos deveria ser proibido em determinadas ruas, ou mesmo orientados, ou
alguma regulamentação.
“Todas as vidas”
Cora Coralina
Vive dentro de mim
uma cabocla velha
de mau-olhado,
acocorada ao pé do borralho,
olhando pra o fogo.
Benze quebranto.
Bota feitiço...
Ogum. Orixá.
Macumba, terreiro.
Ogã, pai-de-santo...
Vive dentro de mim
a lavadeira do Rio Vermelho,
Seu cheiro gostoso
d’água e sabão.
Rodilha de pano.
Trouxa de roupa,
pedra de anil.
Sua coroa verde de são-caetano.
Vive dentro de mim
a mulher cozinheira.
Pimenta e cebola.
Quitute bem feito.
Panela de barro.
Taipa de lenha.
Cozinha antiga
toda pretinha.
Bem cacheada de picumã.
Pedra pontuda.
Cumbuco de coco.
Pisando alho-sal.
Vive dentro de mim
a mulher do povo.
Bem proletária.
Bem linguaruda,
desabusada, sem preconceitos,
de casca-grossa,
de chinelinha,
e filharada.
Vive dentro de mim
a mulher roceira.
– Enxerto da terra,
meio casmurra.
Trabalhadeira.
Madrugadeira.
Analfabeta.
De pé no chão.
Bem parideira.
Bem criadeira.
Seus doze filhos.
Seus vinte netos.
Vive dentro de mim
a mulher da vida.
Minha irmãzinha...
tão desprezada,
tão murmurada...
Fingindo alegre seu triste fado.
Todas as vidas dentro de mim:
Na minha vida –
a vida mera das obscuras.