Não ocorrerá está batalha. Todos analistas, cientistas políticos, blogueiros, jornalistas, institutos de pesquisa erraram o prognóstico. A candidata Marina Silva, ficou em terceiro lugar,portanto, não disputará o segundo turno. O duelo não será das anáguas. A disputa acontecerá entre a Dilma e o tucano Aécio Neves. Eterna polarização PT versus PSDB.
Duelo das anáguas
Fernanda Figueiredo.
Provavelmente, duas mulheres se enfrentarão, no segundo turno, nestas eleições presidenciais. Será um avanço para um país em que o meio político é considerado, ainda, espaço para os homens em sua grande maioria. Há muito pouco tempo, o comando era dos generais e dos coronéis da Nova República. Ainda, somos uma jovem democracia em pleno processo de avanços, conquistas. Por isso mesmo, essa novidade com duas candidatas na disputa pela Presidência da República enriquece o processo democrático.
E, como vimos o quadro eleitoral, no segundo turno, aponta para as candidatas Dilma e Marina: Uma ex-guerrilheira e a outra ex-seringueira. Duas mulheres com histórias de vida marcantes, de luta, de batalhas, mas cada uma com a sua singularidade.
A candidata Dilma atuou em cargos executivos, é tida como gerente, mulher de ação, pragmática, considerada “dama de ferro” brasileira. Nascida no sudeste atuou em governos do sul, antes de chegar à presidência, tornando-se a primeira mulher eleita para o mais alto posto da República.
Já Marina atuou mais no Legislativo, embora tenha sido ministra, veio de uma realidade diferente, mulher da floresta amazônica, do norte do país, construiu uma história de vida respeitada, ambientalista de primeira hora, assume candidatura, após tragédia ocorrida com o titular da chapa, como se o destino, quisesse nos dizer algo. Enigma...
Dilma é razão e Marina emoção. Não conheço a Dilma, pessoalmente, mas reconheço no seu governo continuidade dos projetos do Lula e um legado de transformações sociais. Nestes últimos doze anos, a classe c, e outros milhares de brasileiros saíram do abismo social, da extrema pobreza. Há um despreparo da elite em conviver com isto, embora, esta mesma elite reconheça que houve um avanço nas melhorias da qualidade de vida do trabalhador. Sem ceticismo, não há como negar esse novo paradigma social.
Marina eu conheci, pessoalmente, enquanto, Senadora e Ministra. É uma mulher de aparência frágil, mas forte por dentro. Sua vida é pautada pelo ambientalismo, simboliza o desejo de alternância de poder, o desejo que algo na política possa ser modificado, passa uma sinergia, um dom de abarcar, contemporizar divergências. Certa vez, declarou não ter vocação para Madre Teresa de Calcutá. Evangélica, Marina, por vezes, prefere apaziguar.
Ruma-se para este duelo de anáguas, palavra do tempo das avós, mas que se traduzirá em sabedoria popular. Sabedoria das avós significa experiência. Os mais jovens desejam experimentar oxigenação do poder. Feito o duelo.
Por um lado, às duas candidatas, tem algumas semelhanças e diferenças. São oriundas do mesmo partidos de esquerda, ações firmes compunham seu histórico de vida e de “batalhas” em prol de uma sociedade mais justa. Por outro lado, politicamente, os projetos são antagônicos. Como já foi dito, uma é ambientalista, outra desenvolvimentista. Divergem em muitos pontos da macroeconomia e, em planejamento estratégico.
Por fim, é vez das Marias são elas que decidirão o destino da Nação. O Brasil tem 142,8 milhões de eleitores. Mais da metade são mulheres (52,13%). Decidam entre a razão e o coração.
Vota mulher!